Na primeira audiência de instrução sobre a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, que matou duas pessoas e feriu outras 21 em 2014 na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, a ex-diretora de projetos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Maria Cristina Novais, voltou a afirmar que a autarquia tinha conhecimento das falhas no projeto. Ela foi a primeira das sete pessoas ouvidas na manhã desta sexta-feira pelo juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, da 11ª Vara Criminal da capital, no Fórum Lafayette.
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Segundo o promotor, os passageiros do suplementar da linha 70, atingido pelo viaduto, foram unânimes ao dizer que tiveram as vidas salvas pela motorista Hanna Cristina Santos, de 24 anos, que conseguiu frear o veículo, de modo que somente a parte dianteira foi atingida. Ela ainda conseguiu proteger a filha, de 5 anos, mas acabou morrendo no local. A outra morte registrada no local é a de Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos, seguia em um Fiat Uno ao lado do ônibus. O veículo foi esmagado pela estrutura de concreto.
Uma nova audiência foi marcada para 7 de outubro.
Ainda de acordo com o promotor, Maria Cristina Novais deve ser ouvida novamente na audiência de outubro, por ser testemunha importante para o acusado Cláudio Marcos Neto, diretor de Obras da Sudecap. Ele não compareceu à sessão desta sexta porque, segundo o promotor, houve um erro em sua intimação. José Lauro Nogueira Terror, secretário de Obras e Infraestrutura na época do desastre, e Omar Oscar Salazar Lara, engenheiro calculista da Cowan, também não compareceram, este último porque está fora do país. A audiência das 77 testemunhas de defesa ainda não tem data definida.
Advogados da Cowan e Consol falam sobre a defesa. Veja a reportagem da TV Alterosa
Onze pessoas foram indiciadas pela queda do Viaduto Batalha dos Guararapes. Elas são acusadas pelo Ministério Público de causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros, na modalidade culposa (não intencional), qualificado por lesões corporais graves e morte, com o agravante de haver duas mortes e 21 feridos. A pena maáxima é de 12 anos para cada envolvido.