Pouco mais de dois meses depois de ter o conjunto moderno declarado Patrimônio Cultural da Humanidade e registrar aumento no número de visitantes, a orla da Pampulha passa agora a ser evitada por parte da população por causa do medo da febre maculosa, o que preocupa autoridades e empresários ligados ao turismo. A morte de um menino de 10 anos que frequentou o Parque Ecológico José Lins do Rego já havia provocado queda nas visitas ao local e cancelamento de excursões de escolas particulares à região. Ontem, dia seguinte à confirmação de um segundo caso da doença em que a infecção ocorreu na orla, a Secretaria Municipal de Educação informou que expediu recomendação às unidades da rede pública de ensino para evitar excursões no parque e entorno.
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Lagoa da Pampulha ganha linha de ônibus circularSobe para quatro o número de casos suspeitos de febre maculosa em BHConfirmado mais um caso de febre maculosa por contaminação na PampulhaSecretaria de Estado de Saúde confirma mais dois casos de febre maculosa em MinasCinco pacientes ainda aguardam confirmação de exames para febre maculosa em BHMorte de menino por febre maculosa em BH completa 30 dias sem solução para contágio da doençaPacientes com suspeita de febre maculosa em Belo Horizonte têm altaAuditoria descobre alimentos vencidos em duas escolas estaduais de BHFundação Zoo-Botânica aguarda levantamento do índice de carrapato na Pampulha“Não se trata de alarmismo, mas foi uma decisão que deixa os pais tranquilos. Evita-se contratempos, de um bom trabalho que temos realizado por meio do projeto”, completou Joísa. Para a gestora, a solução do problema de infestação de carrapatos-estrela na Pampulha é necessária pela importância do espaço para iniciativas educacionais, principalmente atividades para inserção geográfica e histórica das crianças com sua comunidade.
Local visitado pela criança que morreu de febre maculosa, o Parque Ecológico registrou queda de 90% no público, segundo a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.
O diretor de promoção e marketing da Belotur, Gustavo Mendicino, reconhece que a atividade turística pode sofrer prejuízos diante do atual quadro de risco. Ele criticou entraves para uma solução definitiva. “É claro que é uma situação que repercute negativamente no setor e que gostaríamos que não estivesse acontecendo.
Varredura Ontem, técnicos da Gerência de Zoonoses da Regional Pampulha realizaram varredura em 11 pontos na orla da lagoa, a exemplo da pesquisa realizada na quinta-feira no parque ecológico. Foram três locais de coletas próximo à Igreja de São Francisco (Igrejinha da Pampulha), três próximos ao Museu de Artes, dois na Praça de Iemanjá e em mais três outros pontos. Essas áreas são as de maior circulação de público. O gerente de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de BH, Eduardo Viana Vieira Gusmão, reconhece que a Pampulha é atualmente uma área de risco, quando se fala em contaminação por febre maculosa.
“Como em todas áreas verdes, como fazendas, cachoeiras, a vegetação da Pampulha oferece o risco do contato com o carrapato-estrela, ainda mais nesse período do ano. A questão não é abandonar a Pampulha, deixá-la como um todo, mas seguir com o trabalho de prevenção e informação sobre os riscos”, pontuou Gusmão. Segundo ele, a partir dos resultados das investigações é que será decidido se haverá reforço ou não das medidas de combate à infestação de carrapatos, bem como ampliação de áreas de isolamento.
casos suspeitos
A Secretaria Municipal de Saúde de confirmou ontem mais duas notificações de casos suspeitos de febre a doença: um homem de 21 anos, atendido na UPA Oeste, mas que teve contato com cavalos em Contagem (Grande BH), e um homem de 48 anos, atendido na UPA Pampulha e que disse não não ter ido ao Parque Ecológico e ou à orla da lagoa nos últimos dias.