A eleição de mais cinco representantes da sociedade civil para compor a comissão que vai decidir o futuro do Mercado Distrital de Santa Tereza, no bairro de mesmo nome, na Região Leste de Belo Horizonte, renova expectativas dos moradores de que a reabertura do espaço ocorra em breve. O prédio está abandonado desde 2007 e por muitos anos foi alvo de disputa entre a população do bairro e a administração municipal. Agora, as partes buscam entendimento para ressuscitar a área.
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PBH fará reunião para discutir o futuro do Mercado Distrital do Santa TerezaMovimento pela reabertura de mercado distrital promove feira no Santa TerezaMercado Distrital de Santa Tereza reabre as portas no domingo para ocupação culturalMovimento pela reabertura do Mercado Distrital de Santa Tereza promove festaMoradores se unem para fazer horta comunitária no Mercado de Santa TerezaComunidade do Santa Tereza se une contra a violência e usa aplicativo para chamar a PMAtualmente, apenas o Distrital do Cruzeiro continua abrigando feirantes. O do Barroca foi derrubado e deu lugar a um hospital. O do Santa Tereza, sobreviveu até o fim da década de 1990 e o espaço foi alvo de vários projetos de revitalização. A prefeitura, por exemplo, aventou a possibilidade de lá ser a sede da Guarda Municipal, o que foi rejeitado pelos moradores do bairro. O Distrital de Santa Tereza, então, abrigou parte da cozinha do restaurante popular.
PROPOSTA O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santa Tereza, João Bosco Alves Queiroz, acredita que, independentemente de quem venha a assumir a prefeitura, o futuro do mercado já está traçado. “A esperança dos moradores é que o destino do mercado seja decidido em breve”, disse. Segundo ele, a comissão foi criada em março, cinco integrantes saíram e as vagas serão ocupadas em eleição. “O nosso projeto junto com a Fundação Municipal de Cultura está muito adiantado. A proposta é voltar com o mercado como o que ele tinha antes, mas não apenas abastecimento, mas também ligado à cultura. Será eleito agora um representante na área de música. Queremos incluir todos os segmentos da sociedade civil”, disse João Bosco.
Embora reconheça a importância da instalação da comissão e da destinação de vagas de represantes da sociedade civil, Pedro Martins, um dos fundadores do Movimento Salve Santa Tereza, considera a medida “tardia”, já que ocorre no fim do mandado do prefeito.
Segundo representantes dos moradores, o projeto da escola automotiva feria as normas da Área de Diretrizes Especiais (ADE) do Santa Tereza, perímetro protegido por regras diferenciadas, com objetivo de manter as características históricas e culturais do bairro, que é considerado reduto boêmio da capital.
Enquanto a reocupação do mercado não é definida, moradores marcam presença para mostrar a viabilidade da área. Esporadicamente, ocupam o estacionamento com o projeto Mercado Vivo %2b Verde, elaborado pelo Movimento Salve Santa Tereza, voltado para efetivar a ocupação cultural e comunitária do espaço.
O Mercado Vivo %2b Verde teve a sua terceira edição em 14 de agosto. A primeira foi na rua, ao lado do mercado, e proposta agrega, entre outros interesses, incluir iniciativas de desenvolvimento da agricultura familiar, fomento artístico e espaço de valorização da cultura negra. Há shows musicais, teatro, circo, artesanato, bazar, comidas, doces, plantas, feira de produtos orgânicos e feira de vinil..