O empresário Antônio Azevedo dos Santos, de 47 anos, principal suspeito de assassinar o namorado da ex-mulher em 19 de setembro em um apartamento na Pampulha, monitorou a ex-companheira por meio de um aplicativo de celular. A suspeita foi levantada pela Polícia Civil nas investigações. Como já foi síndico do prédio em que a ex-mulher vive, tinha acesso às câmeras de monitoramento por meio do aparelho. Segundo a delegada Fabíola Oliveira, responsável pelo inquérito, no dia do crime o homem viu o casal chegando ao imóvel e decidiu matar Guilherme Elias Veisac, de 32. Imagens analisadas pela polícia mostram o suspeito caminhando em frente ao edifício. O pedido de prisão temporária contra ele foi expedido pela Justiça. A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para evitar a fuga para outros estados ou países.
O crime ocorreu na madrugada de 19 de setembro, um domingo. As investigações apontaram que Antônio planejou o crime. Segundo a polícia, ele estava seguindo para Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, com os filhos, quando viu a ex-mulher chegando ao prédio, no Bairro Jardim Atlântico, na Pampulha, com o namorado. “Pelas imagens do celular, vigiava a movimentação dela. No dia, viu que a ex-esposa estava chegando com Guilherme e voltou. Deixou os filhos em casa e foi diretamente para o apartamento”, afirma a delegada Fabíola Oliveira.
O empresário chegou ao prédio por volta das 4h. Como já foi síndico do prédio, por isso ainda tinha acesso as imagens do circuito interno no celular, ele já conhecia a rotina e a localização dos equipamentos de segurança. Por isso, desligou as câmeras e foi até a área privativa que dá acesso ao apartamento da ex-mulher. Utilizando ferramentas que levou ao local, cortou a rede cerca a área.
Em depoimento, a ex-mulher contou que estava dormindo com o namorado quando Antônio chegou. Ela disse que ele apontava uma arma e a ameaçava de morte. Guilherme teria tentado acalmá-lo, quando foi atingido por um disparo. Antes de ir embora, segundo as investigações, o suspeito ameaçou a ex-mulher dizendo que isso aconteceria com todos os homens com quem ela se relacionasse e que ele não a mataria por enquanto. Na fuga, levou os celulares que estavam no apartamento e o telefone fixo.
O empresário estava separado da ex-mulher desde o fim do ano passado. Em depoimento, a vítima afirmou que nunca tinha sido agredida por ele. “Ela fala que ele tinha muito ciúme, mas nada que a fizesse pensar que poderia chegar a uma situação dessa”, diz a delegada.
Mandado expedido
A Polícia Civil pediu o mandado de prisão temporária de 30 dias contra o empresário, que foi aceito pela Justiça. A delegada receia que ele saia do estado ou do país. Por isso, acionou órgãos de segurança federal. “Existe essa possibilidade de fuga para outras cidades ou até países. Ele tem uma condição financeira muito boa e isso facilitaria uma fuga. Já acionamos a PF e a PRF para monitorar as rodovias”, afirma Fabíola Oliveira.
A delegada aguarda o retorno do inquérito, que está com a Justiça, para finalizá-lo. Testemunhas devem ser ouvidas nas próximas semanas. “Por homicídio é claro que vai responder. Mas, vamos analisar se pode ser indiciado por outros crimes também”, comentou a delegada.
RB