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Estado de Minas

Homem que matou namorado da ex na Pampulha vigiou casal por câmeras

Empresário usou celular para vigiar ex-mulher e matar o namorado dela. Forma como o ele monitorava a ex chama atenção para a necessidade de constante atualização nos equipamentos de segurança de condomínios e prédios


postado em 28/09/2016 06:00 / atualizado em 28/09/2016 08:10

Apontado como autor do crime, Antônio Azevedo está foragido(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Apontado como autor do crime, Antônio Azevedo está foragido (foto: Polícia Civil/Divulgação)
A tecnologia alimentou o ciúme possessivo de um empresário suspeito de assassinar o namorado da ex-mulher em 19 de setembro em um apartamento na Pampulha. As investigações apontaram que Antônio Azevedo dos Santos, de 47 anos, vigiava a ex-companheira por meio de um aplicativo de celular. Como já foi síndico do prédio, tinha acesso às câmeras de monitoramento do condomínio por meio do aparelho. Segundo a Polícia Civil, no dia do crime ele teria visto o casal chegando ao imóvel e decidido matar Guilherme Elias Veisac, de 32. Imagens analisadas pela polícia mostram o suspeito caminhando em frente ao edifício. O pedido de prisão temporária contra ele foi expedido pela Justiça. A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionadas para evitar a fuga para outros estados ou países.

O crime ocorreu na madrugada de 19 de setembro, um domingo. As investigações apontaram que Antônio planejou o homicídio. Segundo a polícia, ele estava seguindo para Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, com os filhos, quando viu a ex-mulher com o namorado chegando ao prédio, no Bairro Jardim Atlântico, na Pampulha. “Pelas imagens do celular, seguia a movimentação dela. No dia, viu que a ex-mulher estava chegando com Guilherme e voltou. Deixou os filhos em casa e foi diretamente para o apartamento”, afirma a delegada Fabíola Oliveira, responsável pelo inquérito.

O empresário chegou ao prédio por volta das 4h. Como já foi síndico do condomínio – por isso ainda tinha acesso às imagens do circuito interno no celular –, ele já conhecia a rotina e a localização dos equipamentos de segurança, desligou as câmeras e foi até a área privativa que dá acesso ao apartamento da ex-mulher. Ainda de acordo com as investigações, utilizando ferramentas que levou ao local, cortou a rede que cercava a área.

Em depoimento, a ex-mulher contou que estava dormindo com o namorado quando Antônio chegou ao apartamento. A vítima disse que ele apontava uma arma e a ameaçava de morte. Guilherme teria tentado acalmá-lo, quando foi atingido por um disparo. Antes de ir embora, segundo as investigações, o suspeito ameaçou a ex-mulher dizendo que isso aconteceria com todos os homens com quem ela se relacionasse e que ele não a mataria por enquanto. Na fuga, levou os celulares que estavam no apartamento e o telefone fixo.

O empresário estava separado da ex-mulher desde o fim do ano passado. Em depoimento, a vítima afirmou que nunca tinha sido agredida por ele. “Ela diz que ele tinha muito ciúmes, mas nada que a fizesse pensar que poderia chegar a uma situação dessa”, contou a delegada.

Câmeras de segurança mostram movimentação do suspeito


MANDADO A Polícia Civil pediu o mandado de prisão temporária de 30 dias contra o empresário, que foi aceito pela Justiça. A delegada receia que ele deixe o país, por isso, acionou órgãos de segurança federal. “Existe essa possibilidade de fuga para outras cidades ou até países. Ele tem uma condição financeira muito boa, e isso facilitaria uma fuga. Já acionamos a PF e a PRF para monitorar as rodovias”, afirma Fabíola Oliveira.

A delegada aguarda o retorno do inquérito, que está com a Justiça, para finalizá-lo. Algumas testemunhas devem ser ouvidas nas próximas semanas. “Por homicídio é claro que vai responder. Mas, vamos analisar se poder ser indiciado por outros crimes também”, comentou.

ALERTA A forma como o empresário monitorava a ex-mulher chama atenção para a necessidade de constante atualização nos equipamentos de segurança de condomínios e prédios. Como no caso do assassinato, em que o empresário já não morava no apartamento e ainda tinha acesso às câmeras, muitos moradores ainda conseguem continuar vendo imagens de condomínios depois de deixar os imóveis. A Polícia Civil alerta que medidas devem ser tomadas para evitar a exposição. “É preciso fazer a troca das senhas, pois não tem como tirar esses artifícios de segurança. Com a medida, as pessoas que ainda moram no local continuam com ao acesso e as que saíram, perdem”, sugeriu a delegada.

O presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindicon), o advogado Carlos Eduardo Alves Queiroz, concorda. “Tem que haver renovação de senhas. Não é possível deixar eternamente os mesmos números. Até mesmo quando o síndico é trocado, as senhas também têm que ser”, disse. “Outro ponto que os moradores devem ter atenção é com a manutenção dos equipamentos de segurança”, disse Queiroz.


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