Jornal Estado de Minas

Dátolo admite ser dono de dinheiro apreendido com argentinos em aeroporto do Rio de Janeiro

O meia Jesús Dátolo, do Atlético, admitiu na noite desta quinta-feira, em nota oficial, que os R$ 150 mil em espécie apreendidos pela Polícia Federal (PF) com dois argentinos, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na última quarta, pertencem a ele.

Os argentinos foram presos na zona de embarque do Galeão, quando tentavam viajar com o dinheiro no bolso. Os dois indivíduos alegaram o montante foi sacado da conta de um jogador, que em momento algum teve o nome revelado pela Polícia Federal.

Em nota, a PF informou apenas que o atleta era argentino e atuava em Minas Gerais, o que levantou suspeita inicialmente sobre Dátolo e Lucas Pratto, do Atlético, e ainda Ariel Cabral, Lucas Romero e Ramón Ábila, do Cruzeiro.

Em nota, Dátolo assumiu que “Na noite de ontem, no aeroporto do Rio de Janeiro, houve um mal-entendido com dois amigos de infância, que me prestam diversos tipos de serviço. Venho a público informar que a origem do dinheiro é lícita, proveniente do meu salário, e que os devidos esclarecimentos serão dados às autoridades competentes”, informou.

À imprensa, o Atlético informou que “trata-se de um problema particular, pessoal. Não conversamos com o jogador pra saber se ele quer falar ou não. Caso o atleta solicite, o departamento jurídico do clube poderá orientá-lo”.

Antes de Dátolo assumir ser dono da quantia, o Cruzeiro divulgou nota na tentativa de preservar seus atletas. “O Cruzeiro Esporte Clube esclarece que o episódio envolvendo a prisão de argentinos no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, não tem nenhuma ligação com os quatro atletas também argentinos que tem contrato com o clube”.

As apurações do caso tiveram início há dois meses na Superintendência Regional da PF, em Belo Horizonte. Nessa quarta-feira, quando os dois argentinos tentaram embarcar para seu país, sem declarar a grande quantia de dinheiro e sem o conhecimento das autoridades alfandegárias brasileiras, foram presos em flagrante pelo crime de evasão de divisas. A PF não divulgou se o montante é em moeda brasileira ou estrangeira.

Também foi apurado que um dos presos tem 21 registros de entradas e saídas no Brasil, sempre tendo como origem/destino a Argentina.
A pena máxima pelo crime de evasão de divisas é de 6 anos de reclusão em regime fechado. Os dois passageiros foram levados para a sede da PF no Rio.

A seguir, a nota oficial de Dátolo enviada à imprensa pela assessoria do jogador:

Nota de esclarecimento - Jesús Dátolo

"Na noite de ontem, no aeroporto do Rio de Janeiro, houve um mal-entendido com dois amigos de infância, que me prestam diversos tipos de serviço.

Venho a público informar que a origem do dinheiro é lícita, proveniente do meu salário, e que os devidos esclarecimentos serão dados às autoridades competentes.

Sem mais,

Jesús Dátolo"

O que diz a Receita Federal sobre essas situações?

Todo viajante que ingressar no Brasil ou dele sair com recursos em espécie, em moeda nacional ou estrangeira, em montante superior a R$ 10 mil, é obrigado a apresentar a Declaração Eletrônica de Porte de Valores (e-DPV), por meio da internet, e dirigir-se à fiscalização aduaneira, no momento do seu ingresso ou saída, no setor de bens a declarar para fins de conferência da declaração.

A falta de apresentação da e-DPV pode acarretar a retenção ou, até, a perda dos valores que excederem o limite de R$ 10 mil, assim como a aplicação de sanções penais previstas na legislação brasileira..