Um estudante universitário foi preso nesta quinta-feira, em Viçosa, na Zona da Mata, depois de prestar queixa contra um professor por injúria racial. Ele participava de uma manifestação no câmpus da Universidade Federal de Viçosa, na Avenida Peter Henry Rolfs, quando houve o atrito. O que o denunciante não imaginava é que a Justiça havia decretado sua prisão por crime cometido em Muriaé, na mesma região.
Policiais militares foram chamados ao câmpus e os dois envolvidos levados para uma unidade da PM para confecção do boletim de ocorrência. Durante o registro do nome deles, bem como do número de identidade, o banco de dados do sistema de segurança apontou que o estudante F.V.S., de 28 anos, era foragido da Justiça.
Os militares concluíram o boletim de ocorrência com as versões dos envolvidos e, em seguida, levaram F. para a delegacia da cidade. Foi então cumprido o mandado de prisão, a pedido da Comarca de Muriaé, onde o estudante responde por crime de desacato.
Em sua denúncia de injúria racial, F. contou aos militares que participava de manifestação a favor da educação, no câmpus, quando o professor V.H. tentou passar com seu veículo Prisma. Ao ser impedido, o educador teria apontado o dedo para o estudante e perguntado se ele tinha lavado o cabelo. O aluno e seus colegas consideraram a pergunta uma ofensa racial, pelo fato de o corte de cabelo usado por F.V.S. ser afro, e chamaram a polícia.
O professor alegou em sua defesa que apenas brincou com o estudante e que não teve qualquer intenção de ofendê-lo usando de agressões verbais racistas. A UFV foi procurada, porém, sua assessoria informou que está apurando as circunstâncias dos fatos para se manifestar. A prisão do estudante gerou protestos de ativistas nas redes sociais.
RB