Por ter hábitos noturnos e viver em topos de árvores, o animal é visto muito raramente. “Essa espécie é muito silenciosa, e só o encontramos porque o filhote estava 'chorando' de fome. Ele ainda está em fase de amamentação, o que indica se perdeu da mãe ou que ela morreu", disse o biólogo e gerente do parque, André Portugal.
Na unidade de conservação ocorrem caminhadas mensais, abertas ao público, que pode conhecer a fauna e a flora. Porém, este mês o evento foi cancelado, em protesto dos funcionários do parque diante dos incêndios criminosos que aconteceram entre abril e setembro deste ano no parque. A área queimada foi de cerca de 80%, segundo estimativa dos biólogos.
Conheça a espécie
O ouriço-cacheiro é um mamífero encontrado no Brasil, na Venezuela, nas Guianas e na Bolívia. Medindo cerca de 60cm na fase adulta, seu dorso é pardo-amarelo-escuro e cheio de espinhos que medem em torno 4 cm de comprimento e são usados como defesa.
Ao contrário da crença popular, eles não são capazes de lançá-los, mas em situação de perigo os ouriços encolhem o corpo e eriçam os espinhos, que causam ferimentos no predador. A região da barriga é coberta apenas por pelos relativamente macios.
Sua dieta é composta de insetos, caracóis e vegetais. Na reprodução, consegue gerar de um a dois filhotes por parto. Normalmente é um animal tímido e inofensivo, que só ataca quando se sente ameaçado. Seus predadores naturais são texugos, gatos selvagens, cães, lobos, raposas e doninhas.
O nome “cacheiro” vem da palavra cachar, que significa esconder-se, ocultar-se. Como estratégia de sobrevivência o ouriço vive na copa das árvores, prendendo-se aos cipós e se elevando a até 15 metros do chão.
(RG)