O aumento no número de assaltos e agressões vem espalhando medo por trás dos balcões de estabelecimentos do setor alimentício de Belo Horizonte, de mercearias a hipermercados. Neste ano, quase metade dos donos desse tipo de comércio relataram ter sido vítimas de crimes. Entre eles, o assalto à mão armada é dos mais citados. Os números aparecem na Pesquisa de Vitimização do Segmento Supermercadista, divulgada ontem. Para tentar se defender do avanço da criminalidade, grande parte dos empresários está investindo em itens de segurança.
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PM apreende dois menores suspeitos de assalto a estudante em LourdesMapa da violência coloca Betim e São Joaquim de Bicas em destaque no BrasilCresce número de lojas do setor alimentício que são alvo de assaltos em BHA pesquisa mostra que em 44,5% dos estabelecimentos ocorreu, pelo menos uma vez, algum ato de violência, número que continua alto, mas é discretamente menor que o de 2015 (48,8%). Entre os crimes registrados, 37,4% foram furtos a lojas (37,3% em 2015) e 26,8%, assaltos à mão armada a comerciários.
A pesquisa da Fecomércio revela um medo cada vez maior entre os comerciantes. Em 2015, 19,8% dos entrevistados sentiam insegurança em trabalhar até mais tarde. Em 2016, esse número saltou para 87,5%. Abrir as portas nos fins de semana leva insegurança a 79,7% dos empresários, sendo que no ano passado os que declaravam a mesma sensação eram 14,8%.
Para evitar assaltos, os comerciantes chegam a aplicar, em média, 20% do faturamento mensal em segurança dos estabelecimentos. A maioria investe em circuito interno de TV (38,8%), alarmes (26,6%) e grades em janelas ou portas (11,3%). Para tentar se defender, 42,4% dos comerciantes ouvidos em agosto de 2016 mudaram algum hábito nos últimos tempos, sendo que 43,9% alteraram o horário de funcionamento da loja, 29,5% passaram a guardar objetos de valor em outros locais e 24,5% reforçaram a segurança.
“Na minha loja, em 17 anos, nunca tivemos segurança fixo no sistema de controle da televisão. Agora, 40 dias atrás, eu contratei.
Se a segurança dentro do comércio foi reforçada, na área externa a situação continua preocupando. “Os assaltos na região são muitos, a transeuntes, roubos de celulares, a casas e a lojas menores.
RESPONSABILIDADE Entre as vítimas ouvidas na pesquisa, 98,9% acionaram a polícia e a maioria atribui às corporações a responsabilidade pela segurança pública (64,7%). “É insuficiente o que está sendo feito para conter a criminalidade”, disse Gilson Lopes, ao ser questionado sobre o policiamento. “Tivemos um caso recente que ilustra muito isso: o assaltante parou o carro no meio da rua, sem nada no rosto, completamente descoberto, e ficou ao volante; o comparsa desceu, assaltou os caixas e foi embora. Foi a primeira vez que eu vi isso na minha vida. Normalmente eles têm algumas preocupações, mas a situação está começando a se banalizar”, relata.
O coronel Winston Coelho Costa, comandante do policiamento da capital, cobrou maior participação dos comerciantes nas reuniões com a polícia. “A população tem até participado, formando as redes de vizinhos, por exemplo. Mas esse contato é em um número maior que o de representantes do próprio setor de comércio”, diz. Segundo ele, a participação dos empresários é importante para direcionar as ações da PM.
“Essa relação precisa ser melhorada, para entendermos melhor onde está essa sensação de insegurança. Nossas viaturas param em locais de comércio produtivo. Quando detectamos que o crime está acontecendo mais no horário de abertura, nos aproximamos.
O secretário-adjunto de Segurança Pública de Minas Gerais, Ailton Aparecido de Lacerda, disse que a pasta vai trabalhar junto às instituições para tentar diminuir os delitos. “Talvez até adotemos novas estratégias, apontadas pelas instituições e coordenadas pela secretaria, para tentar reduzir as ocorrências, principalmente naquelas áreas que têm mostrado maior índice.”
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