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Parentes de vítima de chuva forte em BH vivem entre a angústia e a esperançaTemporal provoca enchentes e deixa pessoas ilhadas em Belo HorizonteLojistas e motoristas atingidos por enchente na Vilarinho podem ter isenção de IPTUCansamos dessa situação, vamos embora, foram várias inundações. Num alagamento ocorrido há dois anos, tivemos prejuízo de R$ 40 mil. A água subiu tanto que o piano ficou boiando”, recorda-se a professora e vice-diretora do Spasso, Roberta Mesquita, que, na quinta-feira, se juntava à trupe para carregar o caminhão.
Há um descaso muito grande com uma escola que está aqui há duas décadas, pagando aluguel caro, que nem pelas enchentes foi reduzido, e R$ 1 mil mensalmente à prefeitura, entre IPTU e outros tributos. Apelamos para a prefeitura, o estado e a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e não adiantou. Já passamos muito aperto, mesmo instalando comportas na entrada. Uma vez, durante uma aula infantil, tivemos que amarrar as crianças e depois levá-las para a parte superior do galpão para que não fossem arrastadas pela enxurrada”, conta Roberta, mãe de Flor, de 10 anos, e Brisa, de 8. “A mais velha está traumatizada com chuva, não pode nem ouvir falar.”
A professora Brícia Paloma não se esquece de uma noite em 2011, quando perdeu o carro na enxurrada. Ao lado, a funcionária Adriana Oliveira mostra as cenas dramáticas na tela do celular.
Ao longo do trecho de riscos da Francisco Sá, onde predomina o comércio, há placas alertando motoristas para não estacionarem em caso de chuva forte, além de muitos bueiros, muros reforçados, comportas em residências e lojas, portas mais altas e portões com vedação na parte inferior.
Quem está há muitos anos na área sabe que não é tão simples assim. Dono de uma oficina mecânica na esquina de Jaceguai com Ituiutaba, José Lopes, de 83, há 27 no endereço, quer vender o imóvel e encontra dificuldades. “Depois que a prefeitura fez a obra de drenagem, em 2010, melhorou muito. Mas já tive muitos prejuízos, imagine, tantas peças de automóvel perdidas, pneus indo embora na enchente. Desta vez não entrou água aqui, mas ela continua descendo forte pela rua”, diz. Ele explica que tantas placas de alerta na rua acabam atrapalhando a negociação do imóvel. Do outro lado da rua, o comerciante Severiano Antônio Andrade, de 73, também sofreu com as enchentes. “Teve época em que fiquei ilhado. Para não morrer afogado dentro de minha loja, tive que subir na janela.”
FUNIL Na noite de domingo, a chuva foi tão rápida quanto pesada e espalhou o pânico. “As pessoas continuam no sufoco.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informa que está desenvolvendo um projeto de reforma e ampliação de galerias de macrodrenagem e implantação de microdrenagem para captação de águas pluviais do Córrego dos Pintos, na Avenida Francisco de Sá, beneficiando aproximadamente 30 mil pessoas.
Em nota, os técnicos explicam que as inundações decorrem da insuficiência de captação de excedente de chuva, por meio do sistema de microdrenagem existente. “A solução de engenharia proposta é a implantação de uma nova galeria, paralela à existente, com incremento na captação superficial. A extensão aproximada de intervenções é de 1,5 mil metros.” E mais: “A implantação de canal paralelo ao existente no Córrego dos Pintos irá reduzir o risco de inundações por meio da ampliação da capacidade de resposta do sistema de vazões, ou seja, aumentar em cinco vezes o nível de segurança do sistema de drenagem da região”. A obra está orçada em R$ 15 milhões.
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