Jornal Estado de Minas

É hora de relaxar para não estressar no Enem

Bárbara Moreira, de 17 anos, mudou o ritmo de estudos para não chegar esgotada nos dias das provas - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESSFaltando praticamente um mês para a maior maratona da educação brasileira, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é hora de desacelerar, sem perder o foco nos estudos. Este ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recebeu 8,6 milhões de inscrições, 11,37% a mais do que os 7,7 milhões de candidatos do ano passado. Esta edição só perde para 2014 em termos de números de participantes. Naquele ano, houve 8,7 milhões de inscrições confirmadas. Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de candidatos (948.545), atrás apenas de São Paulo. A segunda maior edição da história da avaliação chega com algumas novidades: a identificação digital dos participantes e os procedimentos de vistoria com detector de metais, que serão aplicados em todos os banheiros dos locais de prova.


Professora e supervisora de área de redação do Coleguium, em Belo Horizonte, Hellen Felícia de Andrade Brandão diz que, a quatro semanas do exame, é momento de pôr em dia as dúvidas mais comuns de matérias que são mais frequentes. “Mas o aluno não pode se desesperar”, ressalta. “Muitos tentam aprender coisas que são de conteúdos muito longos e isso pode criar uma esfera de desespero”, acrescenta.
O indicado  é estudar pelo menos quatro horas diárias fora da escola, se dedicando a exercícios. “No último mês, é interessante canalizar a forma de estudar”, orienta. Para quem já se formou no ensino médio, ela aconselha passar de seis a oito horas resolvendo as questões. “É importante pegar as últimas provas, entender os modelos de questão e enxergar os verbos de comando dos enunciados.”
Já nas semanas mais próximas, principalmente a última, segundo Hellen, é imprescindível o trabalho de relaxamento, se concentrando em algumas questões específicas. Assistir a filmes e documentários, que são bastante ilustrativos, e uma forma mais lúdica de estudar é outra dica, sem perder de vista a hora de descanso e de sono. A professora enfatiza que é essencial dormir de seis a oito horas por noite.

A estudante Bárbara não abre mão de fazer o que gosta para manter o equilíbrio - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESSEstudante do 3º ano do ensino médio do Coleguium, Bárbara Moreira Ribeiro Trindade dos Santos, de 17 anos, mudou o ritmo e desacelerou desde o início do mês passado, para não chegar esgotada nos dias de provas. Agora, a meta dela é estudar e fazer as revisões com base em exercícios.
Para isso, resolve as provas antigas do Enem, incluindo aquelas aplicadas às pessoas privadas de liberdade. “Estudei muito mesmo até o começo de setembro. Meu objetivo era terminar toda a revisão das matérias do ensino médio até meados do mês para começar a resolver as provas. Estou agora terminando alguns tópicos mais importantes. À medida que resolvo um exercício, reviso matéria antiga, que já tinha esquecido ou em que não havia prestado tanta atenção”, conta.

No colégio, os alunos são orientados a testar vários métodos neste final e escolher aquele que mais lhe convier. “Para mim, fazer exercício é bom, mas outros preferem ler a matéria. Você tem que encontrar seus próprios caminhos. Testei vários métodos e esse é o mais eficiente para mim”, diz.
Bárbara se preocupa com química, considerada seu “calcanhar de Aquiles” por ter um nível de dificuldade superior ao das outras disciplinas. Mas a matéria que ela mais estuda é matemática, que tem um peso maior. Quanto à redação, ela não abre mão de escrever pelo menos três por semana.

Aos sábados, ela costuma ainda ter simulados e revisão de matéria na escola. Tudo isso de forma bastante equilibrada, garante a adolescente. Ela reserva tempo para fazer o que gosta: academia, sair na sexta ou sábado à noite, encontrar os amigos, correr e andar de bicicleta para desestressar. “Um dos meus lemas, quando entrei no 3º ano, foi o equilíbrio. É essencial ter conhecimento acadêmico, mas estar preparado psicologicamente para a prova é crucial. Se não conseguir aplicar o conhecimento e ter domínio da mente, não adianta nada”, conclui.

SIMULADO Para ajudar os futuros universitários nesta reta final, uma série de vídeos com dicas sobre a prova está disponível na programação da TV MEC. Os estudantes terão também mais uma chance de testar seus conhecimentos antes do dia D. A partir de sábado, os candidatos poderão fazer o quarto simulado do Enem – teste oficial do Ministério da Educação (MEC) –, por meio do programa Hora do Enem.
Ele estará disponível a partir das 8h até as 19h59 do dia 16. O novo simulado traz novidades e será fiel ao Enem.

Diferentemente dos outros, que tinham 80 questões, a prova on-line gratuita terá os mesmos 180 itens do exame nacional, com correção TRI (Teoria de Resposta ao Item) – ou seja, a nota considera a dificuldade das questões, da mesma forma que ocorre no Enem. Ela terá ainda o mesmo tempo dos dois dias da avaliação, tirando 30 minutos que seriam destinados a passar as respostas para o gabarito. O resultado é dado na hora, assim que o exame é finalizado. Além da nota, são indicados os assuntos que o candidato mais errou, formando um guia sobre os conhecimentos que precisam ser melhorados até o dia da prova.

Na plataforma do Geekie Games, a parceira do MEC para o simulado, a nota também pode ser usada no simulador do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com ela, o estudante sabe se passaria em um curso específico de uma universidade pública. Se a nota do simulado não for suficiente, ele fica sabendo quantos pontos faltam. Outro benefício de fazer o simulado é ver a classificação  em comparação com os outros candidatos. É preciso ter acesso à internet apenas para começar e terminar o teste. Ela não é necessária enquanto o candidato faz o simulado do Enem.
Informações: horadoenem.mec.gov.br.

Uma preocupação a menos


Em todo o Brasil, são 8,7 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em Minas, os mais de 948 mil candidatos representam 9,66% a mais que no ano passado, que teve 864.953 inscritos. Para dar conta desse contingente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) investiu na segurança.

Pela primeira vez, os candidatos serão identificados com a impressão digital. E quem quiser ir ao banheiro será submetido ao detector de metais. Em edições anteriores, os estudantes eram escolhidos por amostragem. Esses quesitos foram um dos focos do treinamento dado aos envolvidos na aplicação do exame país afora. No início de setembro, o curso foi dado a 188 coordenadores municipais mineiros, em Belo Horizonte. O representante de cada uma das 188 cidades onde terá aplicação de provas em Minas Gerais recebeu as noções gerais de segurança para garantir a aplicação segura, sigilosa e isonômica em todo o país.

Além disso, o Inep divulgou o perfil dos candidatos. Em Minas, o sexo feminino vai dominar o exame: 58% dos inscritos são mulheres e 42% homens.

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