A calma das madrugadas é interrompida por um estrondo e pelos estilhaços de concreto, aço retorcido e vidro que voam por todos os lados. Muitas vezes, à explosão se seguem tiros e gritos, em uma cena que vem se tornando comum para moradores de cidades mineiras que convivem com frequentes ataques a caixas eletrônicos. Somente de janeiro a agosto deste ano foram 153 ocorrências, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O número é 34% maior do que os 114 do mesmo período do ano passado e continua crescendo: o último caso aconteceu na madrugada de ontem, em Carandaí, na Região Central de Minas, onde criminosos explodiram máquinas em duas agências.
De acordo com o subinspetor do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) Eber Alexandre de Oliveira, as ocorrências têm sido mais frequentes no interior do estado. “Houve queda considerável nas explosões em Belo Horizonte e região metropolitana, devido às ações preventivas e investigações”, afirma. Segundo ele, no ano passado a Polícia Civil em Poços de Caldas prendeu uma quadrilha de São Paulo responsável por vários assaltos no Sul de Minas, onde também foi registrada redução nas ocorrências.
De acordo com o policial, investigações mostram que quadrilhas que agem no Norte de Minas também vêm de fora: saem da Bahia para atacar em território mineiro, o que dificulta as investigações. “Eles vêm para cá, explodem os caixas e voltam para os locais de origem. Mas nada impede que a gente possa atuar em outro estado”, informou o subinspetor.
Para tentar coibir as ações de organizações criminosas de fora de Minas, a Polícia Militar informa que vem reforçando o patrulhamento em cidades que fazem divisa com outros estados. “A PM tem investido na inteligência, no patrulhamento e nas redes de informação, e por isso tem efetivado a prisão de vários infratores em Minas, alguns de fora, principalmente em áreas limítrofes com Mato Grosso, São Paulo e Bahia”, afirma o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PM.
Embora a Polícia Civil registre queda no roubo de explosivos – atribuído, entre outras questões, ao fato de que muitas empresas do ramo deixaram de estocar o produto –, a Polícia Militar considera frágeis as condições de guarda de quem ainda armazena esse tipo de artefato. “Temos feito diversas apreensões de bananas de dinamite. É um problema que envolve um sistema que tem suas falhas desde a fiscalização. Há também muitas empresas clandestinas, que compram material de origem duvidosa. Além disso, os paióis onde são guardados os artefatos são locais frágeis, que permitem que uma quadrilha os tome de assalto ou mesmo furte o material”, afirma o militar.
ESCALADA Com explosivos industrializados roubados ou com artefatos caseiros, o fato é que a escalada de crimes continua. Além das 153 explosões registradas oficialmente até agosto, levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que pelo menos outras duas foram registradas em setembro. No dia 6, dois municípios foram alvo de criminosos fortemente armados. Nos ataques, em Santana do Jacaré e em Campestre, ambas no Sul de Minas, os ladrões atiraram para o alto com a intenção de amedrontar famílias da vizinhança.
No caso mais recente, registrado ontem, moradores de Carandaí também relataram momentos de pânico, com explosões seguidas de tiros de armas de grosso calibre. A polícia ainda faz buscas pela quadrilha que atacou agências do Bradesco e do Banco do Brasil, localizadas uma diante da outra, no Centro da cidade. A informação é de que os criminosos não conseguiram levar dinheiro. O Grupo de Ações Táticas Especiais foi chamado para desarmar um explosivo que foi deixado em um dos locais. Os assaltantes fugiram em um Siena e em um Honda Civic no sentido Lagoa Dourada/Entre Rios de Minas. Ninguém se feriu.
Estopim
Assaltos a caixas eletrônicos em Minas Gerais de janeiro a agosto
2016
153
2015
114
Aumento 34%
Registros em 12 meses
2014
173
De acordo com o subinspetor do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) Eber Alexandre de Oliveira, as ocorrências têm sido mais frequentes no interior do estado. “Houve queda considerável nas explosões em Belo Horizonte e região metropolitana, devido às ações preventivas e investigações”, afirma. Segundo ele, no ano passado a Polícia Civil em Poços de Caldas prendeu uma quadrilha de São Paulo responsável por vários assaltos no Sul de Minas, onde também foi registrada redução nas ocorrências.
De acordo com o policial, investigações mostram que quadrilhas que agem no Norte de Minas também vêm de fora: saem da Bahia para atacar em território mineiro, o que dificulta as investigações. “Eles vêm para cá, explodem os caixas e voltam para os locais de origem. Mas nada impede que a gente possa atuar em outro estado”, informou o subinspetor.
Para tentar coibir as ações de organizações criminosas de fora de Minas, a Polícia Militar informa que vem reforçando o patrulhamento em cidades que fazem divisa com outros estados. “A PM tem investido na inteligência, no patrulhamento e nas redes de informação, e por isso tem efetivado a prisão de vários infratores em Minas, alguns de fora, principalmente em áreas limítrofes com Mato Grosso, São Paulo e Bahia”, afirma o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PM.
Embora a Polícia Civil registre queda no roubo de explosivos – atribuído, entre outras questões, ao fato de que muitas empresas do ramo deixaram de estocar o produto –, a Polícia Militar considera frágeis as condições de guarda de quem ainda armazena esse tipo de artefato. “Temos feito diversas apreensões de bananas de dinamite. É um problema que envolve um sistema que tem suas falhas desde a fiscalização. Há também muitas empresas clandestinas, que compram material de origem duvidosa. Além disso, os paióis onde são guardados os artefatos são locais frágeis, que permitem que uma quadrilha os tome de assalto ou mesmo furte o material”, afirma o militar.
ESCALADA Com explosivos industrializados roubados ou com artefatos caseiros, o fato é que a escalada de crimes continua. Além das 153 explosões registradas oficialmente até agosto, levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que pelo menos outras duas foram registradas em setembro. No dia 6, dois municípios foram alvo de criminosos fortemente armados. Nos ataques, em Santana do Jacaré e em Campestre, ambas no Sul de Minas, os ladrões atiraram para o alto com a intenção de amedrontar famílias da vizinhança.
No caso mais recente, registrado ontem, moradores de Carandaí também relataram momentos de pânico, com explosões seguidas de tiros de armas de grosso calibre. A polícia ainda faz buscas pela quadrilha que atacou agências do Bradesco e do Banco do Brasil, localizadas uma diante da outra, no Centro da cidade. A informação é de que os criminosos não conseguiram levar dinheiro. O Grupo de Ações Táticas Especiais foi chamado para desarmar um explosivo que foi deixado em um dos locais. Os assaltantes fugiram em um Siena e em um Honda Civic no sentido Lagoa Dourada/Entre Rios de Minas. Ninguém se feriu.
Estopim
Assaltos a caixas eletrônicos em Minas Gerais de janeiro a agosto
2016
153
2015
114
Aumento 34%
Registros em 12 meses
2014
173