O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recebeu, nessa quarta-feira, o primeiro relatório de monitoramento arqueológico enviado pela Samarco sobre as atividades preparatórias para remoção de rejeitos de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Região Central do estado, destruído pelo rompimento da Barragem de Fundão em novembro do ano passado.
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De acordo com o MPMG, o relatório compreende o período entre 24 e 30 de setembro. Foram consideradas três áreas para remoção do rejeito, cada uma delas com uma chamada Zona Potencial (ZP), com maior probabilidade de recuperação de elementos culturais e pertences das pessoas impactadas pelo acidente. Ao longo do processo, novas ZPs podem ser identificadas e acrescentadas à metodologia utilizada nessas áreas.
A equipe de arqueologia mantém a coleta e o resgate de todos os bens de natureza material que se encontram em superfície ou aflorados no que se entende como áreas afetadas direta e indiretamente. Conforme o Ministério Público, até o momento foram coletados vestígios de estruturas residenciais, partes de altares, imagens sacras, brinquedos, utensílios domésticos, troféus, peças de carro, móveis, material escolar, ferramentas, livros entre outros. Os bens recolhidos estão sendo cadastrados levados para o antigo ginásio poliesportivo de Bento Rodrigues, onde devem ser conservados até decisão final da Justiça.
O Ministério Público solicitou que seja utilizada metodologia de monitoramento arqueológico para a regência de todo o processo de remoção da lama de Bento Rodrigues para maximizar a recuperação dos pertences dos moradores e dos bens culturais afetados.
As equipes são orientadas a paralisar as atividades sempre que for encontrado qualquer objeto com potencial valor arqueológico ou pessoal e a comunicar ao arqueólogo de plantão sobre o item encontrado.
Por meio de nota, a Samarco informou que “vem cumprindo as obrigações assumidas nos acordos e ações judiciais e segue em entendimentos com o Ministério Público Estadual quanto à retirada de rejeitos”. .