(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Exame determina áreas de maior incidência do carrapato-estrela na orla da Pampulha

Controle do vetor da febre maculosa depende de definição sobre manejo das capivaras, hospedeiras do ácaro


postado em 07/10/2016 06:00 / atualizado em 07/10/2016 07:55

Ainda não foi aberta licitação para escolha da empresa que fará manejo das capivaras que vivem na orla e hospedam transmissor da doença(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Ainda não foi aberta licitação para escolha da empresa que fará manejo das capivaras que vivem na orla e hospedam transmissor da doença (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O Museu de Arte da Pampulha (MAP), o trecho entre o Pampulha Iate Clube (PIC) e a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), a área entre a Casa do Baile e a estátua de Iemanjá e pontos externos ao Parque Ecológico  são os locais de maior incidência de carrapato-estrela na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.  Esse foi o resultado do exame acarológico feito pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) na região sobre o transmissor da bactéria Rickettsia rickettsii, que causa a febre maculosa. A ameaça deve continuar por mais tempo, pois o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) somente poderá autorizar a execução do plano de manejo das capivaras que habitam a região, e que são hospedeiras do carrapato-estrela, quando for definida a empresa responsável pelo serviço.

Em audiência pública na tarde de ontem na Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, com representantes do Ibama, secretarias municipais de Saúde e de Meio Ambiente, Regional Pampulha e Coordenadoria de Defesa dos Animais, a zoonose informou que aumentou de 10 para 20 o número de áreas de monitoramento do carrapato-estrela. Dentro do Parque Ecológico foram identificadas quatro áreas de maior infestação. O parque foi onde o estudante Thales Martins Cruz, de 10 anos, teve contato com o carrapato e morreu, em 4 de setembro, vítima da febre maculosa. Segundo a Fundação Zoo-Botânica, essas áreas dentro do parque não são de acesso ao público. Nas áreas de acesso, acrescentou, a incidência de carrapato-estrela é muito pequena e não justifica alteração das medidas de rotina que já vinham sendo adotadas.

O relatório do levantamento acarológico será encaminhado à Regional Pampulha, que vai submeter as ações necessárias para controle ambiental à análise prévia do Comitê Gestor da Pampulha Patrimônio da Humanidade. A Regional Pampulha disse que está roçando a área. A reunião não discutiu seu isolamento nem a aplicação de produtos químicos, medidas que ainda serão estudadas pela Regional Pampulha e secretarias de Saúde e do Meio Ambiente.

Ainda de acordo com a Regional Pampulha, os pontos turísticos da Lagoa da Pampulha recebem materiais gráficos alertando sobre a febre maculosa. A Promotoria de Saúde vai abrir procedimento para acompanhar as ações de educação, conscientização ambiental na orla da lagoa e equipamentos públicos do entorno.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda não definiu a possibilidade de contratação de um plano de manejo das capivaras no bojo da licitação em andamento, mas adiantou que vai acompanhar o processo licitatório para contratação da empresa responsável. Segundo o Ibama, o edital é amplo e viabiliza a inclusão do plano de manejo.

O monitoramento ambiental é uma das condicionantes do licenciamento das obras de dragagem da Lagoa da Pampulha. Caso necessário, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, outras condicionantes serão acrescentadas.

Embora a competência para análise sobre o plano de manejo de animais de vida livre seja do Ibama, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), que também participou da audiência, disse que vai contribuir com as discussões. Segundo o IEF, o estado realiza diagnóstico para o manejo das capivaras que vivem no entorno do Centro Administrativo do Governo de Minas e já foi possível observar que cada grupo de animais apresenta um comportamento diferente, conforme o local em que se encontra, e que estudos ecológicos e ambientais são fundamentais para elaboração do plano de manejo.

A promotora de Justiça Lílian Marotta disse que a comissão vai tentar encontrar uma solução rápida, mas com uma reflexão adequada, se possível, antes do final do ano, para facilitar o trabalho da futura gestão municipal. “A ideia do plano de manejo é verificar quais são as melhores opções para as capivaras, se elas devem permanecer na Lagoa da Pampulha, e se tiverem que permanecer, qual a quantidade compatível com os demais usos da lagoa, a proteção dos jardins, também com a proteção da saúde humana. Tudo isso tem que ser avaliado por uma equipe multidisciplinar”, disse a promotora. Segundo ela, infelizmente não há como fazer isso de forma apressada. “No meio ambiente há uma interação entre vários fatores. Quando você altera os fatores sem observar as consequências, isso pode gerar até um dano maior”, afirmou a representante do Ministério Público.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)