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Estado de Minas

Novo concorrente de táxis e Uber começa a operar em Belo Horizonte

Empresa espanhola Cabify começa a circular na capital. Serviço de transporte cobra R$ 2,50 por quilômetro rodado nos primeiros cinco quilômetros


postado em 11/10/2016 06:00 / atualizado em 11/10/2016 08:20

Novo serviço na pista: empresa espanhola promete oferecer preço intermediário entre Uber e táxis(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press - 11/6/16)
Novo serviço na pista: empresa espanhola promete oferecer preço intermediário entre Uber e táxis (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press - 11/6/16)
Um novo serviço de transporte de passageiros começa a operar hoje em Belo Horizonte e vai concorrer com os táxis e com o aplicativo Uber. A Cabify, empresa espanhola de tecnologia em que pessoas solicitam motoristas particulares por meio de smartphone, tablet ou diretamente pelo site, vai cobrar R$ 2,50 por quilômetro rodado nos primeiros cinco quilômetros. Depois desse percurso, a tarifa cai para R$ 1,95/km. Nas viagens acima de 25 quilômetros, a tarifa sobe para R$ 3.

De acordo com o gerente da Cabify Brazil, Daniel Velazco-Bedoya, a empresa vai cobrar de 15% a 20% mais barato do que o táxi e 10% mais caro do que o Uber. Quatro mil motoristas manifestaram interesse em participar do grupo, mas a empresa não revela a quantidade de veículos que começam a circular. “Vamos colocar uma parcela desse número de interessados nas ruas. Depois, a gente avalia a necessidade de colocar mais”, disse Daniel. Segundo ele, todos os motoristas credenciados passam por exames médicos, psicológicos e outras capacitações, além de avaliação de documentos pessoais e do carro.

“A gente tem foco na qualidade. Os veículos são mais novos, com até cinco anos de uso. Damos preferência por veículos sedam, com porta-malas e espaços internos maiores. O atendimento será 24 horas. Outro ponto de destaque é a tarifação por quilômetro. Além disso, temos o mecanismo de fazer reserva de viagens. Não existe tarifa dinâmica (no Uber, o custo pode variar de acordo com a procura) e a gente não cobra pelo tempo da viagem”, disse Daniel. De acordo com ele, a Cabify vai trabalhar apenas com cartão de crédito.

BATALHA JUDICIAL Em Belo Horizonte, segundo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), tramitam cerca de 80 processos individuais de motoristas do Uber contra a Lei Municipal 10.900/16, que determina que apenas motoristas cadastrados na BHTrans atuem no transporte por aplicativos. A lei foi regularizada em 2 de abril deste ano e estabelece normas para o funcionamento das plataformas de celular que oferecem serviços privados de transporte. Atualmente, o Uber continua nos moldes tradicionais em BH por força de liminar. A prefeitura recorreu. “Analisamos bastante o projeto de lei, que não é nominal à Uber. É nominal ao modelo de motoristas autônomos e afeta a nossa operação”, disse o gerente da Cabify.

A Cabify foi fundada em 2011 e iniciou suas operações na cidade de Madrid, Espanha, com transporte executivo e de luxo de passageiros. Passou a atuar na América Latina em 2012. De acordo com Daniel, o serviço começou em São Paulo em 6 de setembro e, no Rio de Janeiro, no início de agosto. A empresa também opera em Porto Alegre (RS). Hoje a Cabify oferece corridas gratuitas em Belo Horizonte para a população conhecer o serviço. Até domingo, a tarifa terá 50% de desconto.

REAÇÃO Para o presidente do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte, Ricardo Luiz Faedda, a Cabify é mais uma empresa de transporte de passageiros que entra no mercado sem regulamentação. “Hoje, o sistema legalizado para atendimento ao usuário é o táxi. O sindicato espera que o poder público tome uma medida”, disse Faedda. Ele destaca que o sindicato repudia qualquer ato de violência entre taxistas e condutores dos serviços concorrentes.

A Prefeitura de BH informou que vai analisar se o mandado de segurança impetrado pela Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu) e deferido pela1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, tem efeito sobre o novo aplicativo.

A Uber informou, em nota, que como empresa de tecnologia vê a competição nesse setor como positiva, “já que permite ao usuário e ao motorista parceiro terem mais escolhas sobre como se locomover pelas cidades e gerar renda”.


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