A queda de uma árvore de grande porte na manhã de ontem na Praça Hugo Werneck, em plena Região Hospitalar de Belo Horizonte, chama a atenção para o risco que a população continua correndo na capital, cinco anos depois que um acidente semelhante matou uma pessoa no Parque Municipal, no Centro da cidade. Apesar de anos de promessas, a Prefeitura de BH ainda não dispõe de um levantamento mais profundo sobre a saúde das 485 mil árvores existentes em ruas e avenidas da cidade, e que se tornam uma ameaça ainda maior nesta estação de tempestades. A Regional Centro-Sul confirmou que a paineira centenária que caiu ontem estava comprometida, e que o problema somente foi detectado depois que o tronco foi ao chão, quase atingindo um dos carros que passavam pelo local. Segundo a administração municipal, o episódio ocorreu “em decorrência da deterioração de duas grandes raízes de sustentação, danificadas por ataques de insetos e micro-organismos, comprometendo a capacidade de suportar o peso da copa”.
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Árvore de grande porte cai e fecha cruzamento na área hospitalar de BHCarro capota, bate em árvore e dois jovens morrem em Belo OrienteQueda de árvore faz metrô de BH circular com intervalos maioresPau-brasil, árvore que batizou o país, tem novo nome científicoMotociclista morre em acidente com caminhão na MG-262, em MarianaDurante anos, ambientalistas e moradores reivindicaram da Prefeitura de BH um inventário das árvores urbanas. Em dezembro de 2009, foi assinado um convênio entre o município e a Cemig para elaboração do levantamento, com conclusão prevista para 2011, o que não ocorreu.
Em agosto de 2013, a PBH divulgou balanço parcial do inventário. Na época, 170 mil espécimes já haviam sido catalogadas e a murta (Murraya exotica L.) e sibipiruna (Caesalpina peltophoroides benth) predominavam em ruas e avenidas das regiões Oeste, Leste e Noroeste da cidade. A prefeitura informou que o levantamento original catalogou 300 mil árvores, em um convênio com a Cemig e a Universidade Federal de Lavras, mas apurou-se depois haver mais 185 mil que não foram alcançadas pelo levantamento. Segundo o município, será feita nova licitação para concluir o mapeamento. A nova promessa de conclusão é para 2017.
Ainda de acordo com a PBH, o objetivo do inventário é planejar o manejo da arborização urbana em logradouros públicos da capital, não incluindo árvores de 75 parques e reservas ecológicas particulares. A análise do estado de saúde dos espécimes é apenas visual, pois o município não dispõe de tecnologia para detectar problemas mais profundos, como na raiz, que foi o responsável pelo último acidente.
O gerente de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Júlio De Marco, disse que a árvore que caiu ontem estava aparentemente bem. Segundo ele, o inventário cadastrou 57 informações de cada espécime, mas a análise foi visual.
A Cemig informou que somente faz poda preventiva de árvores antes do período chuvoso e poda emergencial quando há risco de queda. O serviço somente´e feito quando a vegetação está “em conflito com a rede elétrica”.
PERIGO O local onde caiu a árvore ontem é de grande movimentação de pessoas, devido à proximidade de vários hospitais. Por sorte, ninguém se feriu. A fonoaudióloga Patrícia Marques, de 45 anos, passava com seu carro pelo local no momento. Folhagens e galhos menores chegaram a cair sobre o veículo. Ela conta que seguia pela Avenida Alfredo Balena quando, de repente, se deu conta de que algo havia atingido o veículo.