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A família de Esaú, que antes tinha água em abundância a 50 metros da casa, agora enfrenta um verdadeiro drama para ter acesso ao líquido. A mulher dele, Pedrelina Ribeiro dos Santos, é obrigada recorrer a um olho d’água – pequeno poço – que ainda restou em um ponto da vereda e, em seguida, caminhar cerca de 300 metros com uma lata d’ água na cabeça até a sua casa. É com ela que a família mata a sede e cozinha seus alimentos.
Pedrelina conta que teve 12 filhos, dos quais cinco moram com ela e Esaú. Os outros, “mais velhos”, se casaram ou saíram para trabalhar. A família vive em uma casa coberta com palhas de buriti, em situação de extrema pobreza, agravada pela falta d’água.
Tomar banho e matar a sede dos animais – cenas recorrentes nas veredas de Rosa – não é mais possível na Almescla. “Como a vereda perto de casa secou, tenho que levar os cavalos a uma distância de quatro quilômetros, no Rio Pandeiros, para dar água para eles, conta o pequeno produtor. “Ou então, temos que ir lá buscar a água no rio e, depois, dar água para os animais no balde”, acrescentou. O mesmo percurso é feito pela família quando deseja um banho mais completo que o de balde no quintal de casa.
Vestígios de antigos plantios de cana-de-açúcar, feijão, mandioca e outras culturas de subsistência dão indícios dos motivos que levaram à degradação da Almescla. pequenos agricultores. Proibidos nas veredas, por serem áreas de preservação permanente, os cultivos são de difícil combate, comenta do técnico do Instituto Estadual de Florestas Jairo Wilson Viana, que defende a criação de alternativas de renda para pequenos produtores para que isso não ocorra.
Também no município de Bonito de Minas, a família de Isaura Pereira Santana, de 66, sofre as amarguras do secamento de uma vereda, a do Pindaibal, que garantiu água para a comunidade em seu entorno até 10 anos atrás, quando começou a secar levando consigo o córrego de mesmo nome. A “única salvação” da família é uma cisterna, de onde é água para beber e fazer comida.
No dia que recebeu a reportagem, no início de outubro, pingos de chuva encheram Isaura de esperança..