Polícia investiga relação de furto de R$ 596 mil de banco com obra na agência

A Polícia Civil investiga uma ação ousada que terminou com prejuízo de quase R$ 600 mil  em um banco de Belo Horizonte. Em um ataque planejado e aparentemente executado com bastante tempo, criminosos “limparam” nove caixas eletrônicos da agência do Santander localizada na Avenida Pedro II, no Bairro Monsenhor Messias, Região Noroeste da capital. Sem fazer barulho ou despertar a atenção sequer do sistema interno de segurança, eles abriram um buraco na parede de um depósito vizinho para acessar o imóvel. Hoje, a Polícia Civil faz perícia no local.

O delegado Hugo Malhano, chefe do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), que investiga o caso, vai apurar a ligação do roubo com outros crimes e a relação dos assaltantes com a rotina do banco. Em setembro do ano passado, a mesma agência passava por obras. Imagens mostram caçambas em frente ao Santander e tapumes que vão exatamente até a parede simples, de tijolos, que separa o banco do depósito que foi alvo dos assaltantes.

O roubo só foi descoberto ontem de manhã, quando a Polícia Militar foi chamada, por volta das 8h. De acordo com o cabo Geraldo Martins, do 34º Batalhão, os assaltantes arrombaram o cadeado da porta do depósito e usaram  material da própria loja para entrar no banco. Com uma marreta, fizeram um buraco de aproximadamente 50cm x 60cm em uma parede que dá acesso direto ao corredor localizado atrás dos caixas eletrônicos. Na sequência, usaram uma escada para arrancar duas câmeras que havia no setor.

Segundo a polícia, eles recolheram todo o dinheiro dos terminais, levando um total de R$ 596 mil. Uma das hipóteses é de que o crime tenha sido cometido por alguém que conhece bem o local e a rotina do banco. “O gerente disse que, normalmente, recebe comunicado do setor de segurança quando há movimentação estranha, mas, desta vez, afirma que nada lhe foi passado”, disse o cabo Martins.

O tenente Moisés Pires, também do 34º Batalhão, acredita que a ação tenha durado muito tempo, pois os caixas foram arrombados sem uso de explosivos. Isso indica, segundo o militar, que os criminosos podem ter passado um longo período no interior da agência, mas ainda não há informações se a central de monitoramento registrou alguma imagem que possa ajudar a identificar os invasores. O dono do depósito relatou o sumiço de um par de luvas de malha, de um alicate e de um estilete.


AÇÃO FRUSTRADA No fim de semana, outra agência do Santander foi alvo de criminosos em Minas. Na madrugada de sábado, policiais civis do Deoesp abortaram uma tentativa de roubo ao estabelecimento que fica na Avenida Brasília, no Bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No momento da intervenção, houve troca de tiros entre os policiais e o grupo. Entre cinco suspeitos, três homens foram baleados e encaminhados para atendimento médico, sendo que dois morreram. Os demais foram presos. Nenhum policial ficou ferido. Segundo a polícia, a quadrilha era do Mato Grosso e planejava roubar o dinheiro dos caixas eletrônicos.

As ações de sábado e domingo engrossam as estatísticas de ataque a caixas eletrônicos em Minas Gerais. No início do mês, o Estado de Minas mostrou que essa modalidade de crime voltou a crescer em cidades mineiras. De janeiro a agosto deste ano, foram 153 ocorrências, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O número é 34% maior do que os 114 ataques do mesmo período do ano passado e já se aproxima do total registrado em 2014, quando houve 173 assaltos em 12 meses.

Por meio de nota, o Santander confirmou o assalto na agência e se limitou a dizer que está colaborando com as investigações policiais.