Depois de exatos seis meses de obras, está pronta uma etapa fundamental na reforma da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Segundo o pároco e reitor, padre Marcelo Carlos da Silva, foi contemplada a infraestrutura interna, que compreende a parte elétrica, na qual houve a troca de todo o cabeamento da década de 1940; a segurança, incluindo todo o sistema de vigilância; e a nova iluminação – “para valorizar a arquitetura neogótica e harmonizá-la ainda mais com o sentimento religioso e ambiente sagrado”.
No próximo dia 30, às 18h, será celebrada missa para festejar o término do serviço, que demandou, nesta fase, recursos de R$ 350 mil provenientes da campanha comunitária “Juntos pelo restauro”, com complementação de uma emenda parlamentar.
Na tarde de ontem, satisfeito com o andamento do projeto de recuperação iniciado no ano passado, padre Marcelo lembrou que já foram concluídos os serviços no telhado, que acabaram com infiltrações de água de chuva, e nas quatro torres medianas, com gastos de R$ 300 mil, também fruto da mobilização comunitária.
“O apoio dos fiéis tem sido vital para a reforma do santuário. Trata-se de uma demonstração de solidariedade. Sem esse dinheiro, vindo de carnês, eventos sociais, barraquinhas e outras atividades, seria impossível levar adiante o projeto”, afirma o reitor, que já planeja os próximos passos. Ainda dentro da infraestrutura, será instalado todo o sistema de som e, para 2017, o objetivo é pintar o interior do templo inaugurado em 1923.
Na tarde de ontem, enquanto mostrava o resultado naquela que é considerada a catedral provisória de Belo Horizonte, padre Marcelo explicava que refazer toda a parte elétrica foi imprescindível.
“Os fios originais, de mais de 60 anos, eram revestidos de tecido, daí nossa preocupação em trocá-los totalmente, evitando a eventual propagação de um incêndio”. Nesse aspecto, ele acrescentou que foi instalado em torno da construção, com acompanhamento do Corpo de Bombeiros, um completo sistema contra descargas elétricas. “Havia um antigo, nas torres. Agora ficamos mais seguros com este cinturão.”
ALTAR BARROCO Templo neogótico com 146 torres, casa da padroeira de BH e ponto importante de peregrinação de moradores e romeiros de outras cidades. Mesmo sendo uma igreja da década de 1920, o Santuário de Adoração Perpétua guarda tesouros ainda distantes dos olhos dos frequentadores habituais e visitantes.
Um deles é o altar da primitiva Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18, construída nos tempos do Arraial de Curral del Rey, onde depois foi erguida a capital dos mineiros – inaugurada em 12 de dezembro de 1897.
“Estamos em entendimentos com a Fundação Municipal de Cultura, vinculada à Prefeitura de Belo Horizonte, para liberação de recursos e restauração deste retábulo”, mostra padre Marcelo. Nessa etapa da infraestrutura interna, todas as gambiarras elétricas que passam perto do altar foram retiradas.
“No ano passado, este retábulo passou por completa descupinização”, ressalta o religioso. Ele mostra ainda uma pia batismal e observa que, pelo seu acervo e importância, a igreja tem elementos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e construção protegida pela Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural.
Em um giro pela igreja, espaço da tradicional adoração perpétua do Santíssimo Sacramento, é possível ver ainda trabalhadores ultimando detalhes que garantem segurança e beleza ao templo.
“A iluminação vai realçar os elementos sacros, jogando luz sobre os vitrais. Vamos ter ainda lustres e luminárias”, afirma padre Marcelo. Olhando para as paredes, ele informa que há quatro camadas de tinta sobre as peças, inclusive uma, a óleo, cobrindo a Via-Sacra.
“Desconfiamos que haja uma pintura por baixo dessas camadas, mas temos que esperar o ano que vem para saber”, diz o padre.
HISTÓRIA A história da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem teve início no século 18. Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa, por meio de Cartas de Sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte.
Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico.
Para proteger e homenagear a santa, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida, também, como a padroeira dos viajantes.
Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capelinha ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi construída uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário erguer um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem, inaugurado em 1923, data em que a cidade de Belo Horizonte foi oficializada como arcebispado.
TRABALHO MINUNCIOSO Em 16 de abril deste ano, o Estado de Minas documentou o início da terceira etapa das obras no Santuário de Adoração Perpétua e Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, entre as ruas Sergipe e Alagoas, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Para perfuração da base e passagem do novo cabeamento elétrico nas laterais internas do templo, houve a cuidadosa tarefa de retirada dos tacos de madeira. Tanta atenção e, principalmente, perícia com a talhadeira, eram necessárias já que as peças do revestimento voltariam, uma a uma, ao local de origem. A catedral recebia, assim, novos sons: no lugar dos cânticos, dos salmos e das orações, ouvia-se o barulho do maquinário perfurando o piso.
Segundo o pároco e reitor, padre Marcelo Carlos da Silva, foi contemplada a infraestrutura interna, que compreende a parte elétrica, na qual houve a troca de todo o cabeamento da década de 1940; a segurança, incluindo todo o sistema de vigilância; e a nova iluminação – “para valorizar a arquitetura neogótica e harmonizá-la ainda mais com o sentimento religioso e ambiente sagrado”.
No próximo dia 30, às 18h, será celebrada missa para festejar o término do serviço, que demandou, nesta fase, recursos de R$ 350 mil provenientes da campanha comunitária “Juntos pelo restauro”, com complementação de uma emenda parlamentar.
Na tarde de ontem, satisfeito com o andamento do projeto de recuperação iniciado no ano passado, padre Marcelo lembrou que já foram concluídos os serviços no telhado, que acabaram com infiltrações de água de chuva, e nas quatro torres medianas, com gastos de R$ 300 mil, também fruto da mobilização comunitária.
“O apoio dos fiéis tem sido vital para a reforma do santuário. Trata-se de uma demonstração de solidariedade. Sem esse dinheiro, vindo de carnês, eventos sociais, barraquinhas e outras atividades, seria impossível levar adiante o projeto”, afirma o reitor, que já planeja os próximos passos. Ainda dentro da infraestrutura, será instalado todo o sistema de som e, para 2017, o objetivo é pintar o interior do templo inaugurado em 1923.
Na tarde de ontem, enquanto mostrava o resultado naquela que é considerada a catedral provisória de Belo Horizonte, padre Marcelo explicava que refazer toda a parte elétrica foi imprescindível.
“Os fios originais, de mais de 60 anos, eram revestidos de tecido, daí nossa preocupação em trocá-los totalmente, evitando a eventual propagação de um incêndio”. Nesse aspecto, ele acrescentou que foi instalado em torno da construção, com acompanhamento do Corpo de Bombeiros, um completo sistema contra descargas elétricas. “Havia um antigo, nas torres. Agora ficamos mais seguros com este cinturão.”
ALTAR BARROCO Templo neogótico com 146 torres, casa da padroeira de BH e ponto importante de peregrinação de moradores e romeiros de outras cidades. Mesmo sendo uma igreja da década de 1920, o Santuário de Adoração Perpétua guarda tesouros ainda distantes dos olhos dos frequentadores habituais e visitantes.
Um deles é o altar da primitiva Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18, construída nos tempos do Arraial de Curral del Rey, onde depois foi erguida a capital dos mineiros – inaugurada em 12 de dezembro de 1897.
“Estamos em entendimentos com a Fundação Municipal de Cultura, vinculada à Prefeitura de Belo Horizonte, para liberação de recursos e restauração deste retábulo”, mostra padre Marcelo. Nessa etapa da infraestrutura interna, todas as gambiarras elétricas que passam perto do altar foram retiradas.
“No ano passado, este retábulo passou por completa descupinização”, ressalta o religioso. Ele mostra ainda uma pia batismal e observa que, pelo seu acervo e importância, a igreja tem elementos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e construção protegida pela Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural.
Em um giro pela igreja, espaço da tradicional adoração perpétua do Santíssimo Sacramento, é possível ver ainda trabalhadores ultimando detalhes que garantem segurança e beleza ao templo.
“A iluminação vai realçar os elementos sacros, jogando luz sobre os vitrais. Vamos ter ainda lustres e luminárias”, afirma padre Marcelo. Olhando para as paredes, ele informa que há quatro camadas de tinta sobre as peças, inclusive uma, a óleo, cobrindo a Via-Sacra.
“Desconfiamos que haja uma pintura por baixo dessas camadas, mas temos que esperar o ano que vem para saber”, diz o padre.
HISTÓRIA A história da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem teve início no século 18. Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa, por meio de Cartas de Sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte.
Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico.
Para proteger e homenagear a santa, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida, também, como a padroeira dos viajantes.
Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capelinha ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi construída uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário erguer um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem, inaugurado em 1923, data em que a cidade de Belo Horizonte foi oficializada como arcebispado.
TRABALHO MINUNCIOSO Em 16 de abril deste ano, o Estado de Minas documentou o início da terceira etapa das obras no Santuário de Adoração Perpétua e Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, entre as ruas Sergipe e Alagoas, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Para perfuração da base e passagem do novo cabeamento elétrico nas laterais internas do templo, houve a cuidadosa tarefa de retirada dos tacos de madeira. Tanta atenção e, principalmente, perícia com a talhadeira, eram necessárias já que as peças do revestimento voltariam, uma a uma, ao local de origem. A catedral recebia, assim, novos sons: no lugar dos cânticos, dos salmos e das orações, ouvia-se o barulho do maquinário perfurando o piso.