(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Confira os novos valores das multas para as 10 infrações mais cometidas em BH

Punição financeira para uso do celular ao volante vai disparar, passando de R$ 85,13 para R$ 293,47. Todas as punições previstas no CTB serão reajustadas


postado em 19/10/2016 06:00 / atualizado em 19/10/2016 08:16

Mensagens de texto tiram a atenção dos condutores(foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
Mensagens de texto tiram a atenção dos condutores (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
A cada hora, quatro motoristas são flagrados pelas autoridades de trânsito em Belo Horizonte usando o celular enquanto dirigem. Quem ainda não abandonou esse hábito, que, segundo especialistas, tem alto potencial para causar acidentes, deve ficar atento: a partir de 1º de novembro, o valor da multa vai mais do que triplicar, saltando dos atuais R$ 85,13 para R$ 293,47.

O reajuste de 244% está previsto na Lei 13.281/2016 e é o maior entre todas as condutas passíveis de punição financeira no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A mudança na legislação, sancionada em maio pela então presidente Dilma Rousseff, prevê um aumento geral no valor para todos os tipos de infrações (leves, médias, graves e gravíssimas).

Porém, no caso do uso do telefone ao volante, além do reajuste geral que incide sobre cada grupo, a norma prevê mudança de categoria, o que explica a disparada no valor: a prática deixará de ser infração média, com perda de quatro pontos na carteira, e passará ser considerada conduta gravíssima, punida com perda de sete pontos.

Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) mostram que, de janeiro a junho de 2016, 18,7 mil condutores foram multados pelo uso do celular em BH. A infração ficou em sexto lugar no ranking do primeiro semestre na capital mineira.

Em BH, a cada hora quatro motoristas são flagrados no telefone enquanto dirigem(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Em BH, a cada hora quatro motoristas são flagrados no telefone enquanto dirigem (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)

O professor Márcio Aguiar, coordenador do Departamento de Transportes e Trânsito da Fumec, diz que a reclassificação da conduta e o aumento da punição são muito importantes, mas chegam com atraso, pois há pelo menos cinco anos a população já usa com frequência celulares mais avançados, conhecidos como smartphones, que prendem muito a atenção dos condutores pelas várias funcionalidades, como acesso a redes sociais e a aplicativos de mensagens.

“Só quando pesa no bolso é que o infrator começa a se preocupar de forma mais intensa nas próximas vezes”, afirma o especialista.

O professor também ressalta que uma parcela dos condutores vai continuar tendo problema, mesmo com o reajuste considerável. Ele acredita que, para uma melhoria geral no quadro de acidentes, o certo seria adequar a capacidade administrativa de suspender as carteiras por excesso de pontuação ao ritmo que as infrações são cometidas.

“Precisamos intensificar a fiscalização e também dar agilidade aos processos administrativos. Se toda vez que um condutor atingir os 20 pontos tiver a carteira suspensa de forma ágil, com certeza vamos verificar redução de desastres”, diz o especialista.

O tenente-coronel Gláucio Porto Alves, comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), diz que, com a mudança na legislação, a expectativa é de que os motoristas se conscientizem do perigo que é usar o celular e dirigir. “Não há dúvida de que essa conduta é gravíssima, porque coloca a vida de muitas pessoas em risco, principalmente as dos pedestres”, destaca o militar.
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


A mudança sancionada pelo governo federal em maio determina aumento para todas as infrações do CTB. As multas por infrações levem passam de R$ 53,20 para R$ 88,38. Já as médias partem dos atuais R$ 85,13 para R$ 130,16. O custo das condutas consideradas graves muda de R$ 127,69 para R$ 195,13 e o das gravíssimas, de R$ 191,54 para R$ 293,47. As pontuações não mudam. Na capital mineira, o primeiro lugar do ranking nos seis primeiros meses do ano ficou com o excesso de velocidade, até 20% acima do limite (veja arte).

O CUSTO DO ÁLCOOL De todas as infrações previstas no CTB, cinco são punidas atualmente com a quantia de R$ 1.915,40. É o teto estipulado pela legislação, considerando a multa base para uma infração gravíssima multiplicada por 10, devido ao nível de risco da infração. A partir de 1º de novembro, essas condutas – dirigir sob efeito de álcool, disputar pega ou racha, promover competições nas vias sem autorização, usar o veículo para demonstrar manobras ou arrancadas bruscas e forçar passagem entre veículos que transitam em sentidos opostos – passarão a custar aos infratores R$ 2.934,70.

ARRECADAÇÃO
Apesar do aumento considerável do valor das infrações, que chega a 244% no caso do uso de celular, a Prefeitura de Belo Horizonte não espera um aumento expressivo na arrecadação com as multas. Em 2015, a capital mineira arrecadou R$ 79 milhões pagos por infratores, segundo o gerente do Fundo de Transportes Urbanos (FTU), Lucas Ventura Araújo Ribas Colen.

Em 2016, chegaram aos cofres municipais R$ 68 milhões, de janeiro a agosto, e a previsão é de que esse valor alcance R$ 86 milhões até 31 de dezembro. Para 2017, a estimativa é chegar aos R$ 89 milhões, aumento de 3,4%. “Se por um lado haverá aumento considerável, por outro imaginamos que os motoristas vão se conscientizar mais, o que deve diminuir a quantidade de infrações”, diz Colen. O gerente também lembra que o prazo normal entre a notificação e o recebimento do dinheiro é de 90 dias. “Por isso não teremos impacto em termos financeiros ainda em 2016.”

A BHTrans informou que todos os recursos arrecadados com multas são direcionados para implantação e manutenção de sinalização, operação e fiscalização do tráfego, além de segurança e educação no trânsito, conforme determina o CTB. Também é obrigatório o repasse de 5% de tudo que é arrecadado para o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset).

Palavra de especialista

Márcio Aguiar

Coordenador do Departamento de Transportes e Trânsito da Fumec

Reação prejudicada

“Normalmente, se o motorista estiver atento, ele leva de dois a três segundos para tomar uma decisão no trânsito. O celular, em alguns casos, pode elevar esse tempo de reação para de 12 a 15 segundos. Se o condutor trafega a uma velocidade de 60km/h, cada segundo de desatenção significa rodar por 17 metros sem controle do veículo, o que aumenta potencialmente o risco de acidente.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)