(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Com prisão de quadrilha, polícia espera redução de explosões de caixas

Doze homens foram presos, apontados como responsáveis por cerca de 30 ataques em BH, região metropolitana e no Centro-Oeste de Minas. Prejuízo chega a R$ 1,5 milhão


postado em 19/10/2016 09:33 / atualizado em 19/10/2016 09:45

Suspeitos e materiais apreendidos na operação: investigações continuam(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Suspeitos e materiais apreendidos na operação: investigações continuam (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
A Polícia Civil apresentou, nessa terça-feira, 12 integrantes de uma quadrilha responsável por explosões em caixas eletrônicos em Belo Horizonte, região metropolitana e no Centro-Oeste de Minas. As investigações duraram 10 meses e o Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) estima que o prejuízo causado pelos cerca de 30 ataques chega a R$ 1,5 milhão. O delegado João Prata, responsável pelas investigações,  acredita que a prisão da quadrilha vai reduzir o número de ataques a caixas eletrônicos na região. “Como na operação de 2012, em que ficamos quase um ano e 10 meses quase explosões, nós acreditamos que na Região Metropolitana de Belo Horizonte e na Região Centro-Oeste, haverá uma diminuição significativa das explosões porque essa era a quadrilha mais atuante aqui na nossa região”, enfatiza. 

Conforme o policial, o grupo é responsável por crimes que chamaram a atenção nos últimos meses, como a explosão de caixas do Banco do Brasil de Felixândia, na Região Central o estado, em 22 de agosto. A agência fica embaixo da companhia da Polícia Militar do município. “Eles efetuaram diversos disparos na companhia da PM e diziam 'aparece, policial, coloca a cara na janela', com um ponto laser na janela da Polícia Militar e efetuando diversos disparos”, relembra o chefe do Departamento.

Prata explicou que a quadrilha é formada por moradores de Belo Horizonte, Contagem e Betim. As investigações mostraram que o grupo é liderado por César Santos da Silva. O elemento essencial, que aparece em todos os ataques, é Rafael Dias da Silva, o Frangão. Segundo a polícia, ele era responsável por montar as bombas artesanais e explodir os caixas.

Sete membros foram presos na Operação “4M”, nome que faz alusão ao modo de vida dos criminosos, que dizem valorizar “Música, Mulher, Maconha e Malote (dinheiro adquirido dos crimes)”. A polícia conseguiu imagens que mostram alguns dos suspeitos fazendo o número quatro com os dedos, em referência à sigla, assim como ostentando armas e dinheiro.

A ação policial foi desencadeada em 13 de outubro. De acordo com o delegado João Prata e sua equipe, César, Frangão, Rafael Rodrigues da Silva, Robson Nascimento da Silva, Douglas Carias Gouveia Silva, Renato Pereira da Cruz e Jeferson Luiz Gomes da Silva estavam em três, a caminho de Morro do Ferro, distrito de Oliveira, Centro-Oeste de Minas, onde pretendiam atacar uma agência do Sicoob. Os sete homens foram detidos ainda no pedágio de Oliveira.

Ainda segundo a Polícia Civil, outros cinco homens ligados à quadrilha estão presos preventivamente, responsáveis pela explosão ocorrida em Felixlândia: Leonardo Henrique Carias Silva, Bruno Costa Viana, Tiago Ribeiro Barbosa, Jeferson Pinto Barros e Eliezer Pinheiro Silva Neto. Nesta ação, foram apreendidas pistolas semiautomáticas, calibres 45 e 9 milímetros, duas espingardas calibre 12 e uma submetralhadora 9 milímetros.

A polícia também apresentou ontem quadro veículos apreendidos com a quadrilha, sendo dois roubados. Os veículos roubados eram abandonados, e eles embarcavam em carros regulares. Os criminosos também haviam adquirido um carrinho para transportar os cofres dos bancos e outros estabelecimentos até os carros. Segundo a polícia, quando a explosão não era suficiente para abrir os caixas, os criminosos estavam preparados para arombar as tesourarias das agências, de onde tiravam os cofres.

Três outros autores de explosão de caixa foram presos em 11 de agosto em Coronel Murta, Norte de Minas. Eles explodiram uma agência do Itaú e entre eles está Rafael Coelho Gomes, que possui vínculo com a quadrilha detida na operação, conforme o delegado João Prata.

MODUS OPERANDI “Era uma quadrilha que tinha divisão de tarefas muito clara. O Frangão era o responsável por fabricar os explosivos e aplicar o artefato explosivo nos caixas eletrônicos. O César era responsável por fazer os levantamentos das agências, a rota de fuga, as cidades mais vulneráveis. E o restante da quadrilha ficava efetuando disparos tanto na PM  quanto para o alto na intenção de intimidar uma ação policial”, explica João Prata.

Eles também usavam os chamados “miguelitos”, objetos metálicos usados para perfurar os pneus das viaturas. Em um ataque ocorrido em São Joaquim de Bicas em 6 de julho, eles colocaram os objetos dentro de laranjas e espalharam as frutas na rua.

Segundo João Prata, havia uma alta rotatividade de membros. Os detidos eram repostos por outros e os crimes continuavam. O delegado informou que eles acreditam ter prendido o núcleo da quadrilha, mas é possível que haja alguma outra ramificação. Dessa forma, as investigações vão continuar.

Os criminosos usavam imóveis na zona rural das cidades atacadas para se esconder.  “Em algumas das ações, eles se deslocavam para o meio do mato, esperavam o cerco policial e ficavam lá até o outro dia pra ficar mais fácil a fuga e o retorno aqui para a Região Metropolitana. Na última ação, quando iriam explodir caixa em Morro do Ferro, eles  teriam alugado sítio na zona rural de Oliveira”, explica o delegado do Deoesp.

Durante a apresentação, o suspeito César Santos da Silva negou envolvimento nos crimes, disse que estava a caminho de Divinópolis quando foi detido e que sua defesa vai provar a inocência. “Estava no lugar errado, na hora errada”, alega. Rafael Dias, o Frangão, se limitou a negar os crimes. Conforme o Deoesp, ele aparece em várias imagens de câmeras de segurança que mostram as explosões. Os demais membros preferiram não fazer declarações.

Todos os suspeitos detidos já tinham passagens pela polícia por diferentes crimes. “A gente acredita que a pena deles vai ultrapassar os 200 anos de prisão porque já foram identificadas quase 30 explosões”, detalha o delegado João Prata. “Então vão ser devidamente instaurados um inquérito policial para cada um desses crimes. É organização criminosa, roubo, porte ilegal de arma, receptação, diversos crimes. Todos têm passagem pela polícia”, diz.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)