A degradação das veredas ao longo de toda a bacia do Rio São Francisco em Minas Gerais será alvo de uma ampla discussão, envolvendo órgãos públicos da área de defesa da natureza, ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais (ONGs), com objetivo de buscar soluções para os danos e suas consequências.
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Veredas de Guimarães Rosa agonizam no interior de Minas GeraisAssoreamento das veredas reduz volume e degrada mananciais no Rio UrucuiaQueimadas criminosas acabam com as veredas no cerrado mineiro Degradação das veredas complica a vida dos pequenos produtoresSem água e com veredas secas, produtores abandonam terras no sertão mineiroVeredas são assoreadas por estradas construídas sem acompanhamentoProjetos de recuperação prometem resgatar veredas e salvar mananciaisEntre domingo e quarta-feira, o EM mostrou a situação das veredas em 2,1 mil quilômetros do trajeto rosiano percorridos pela reportagem em 11 cidades, marcando a comemoração das seis décadas de publicação de Grande sertão: veredas. O trabalho revelou o impacto da degradação dos oásis do cerrado – provocada especialmente pelos incêndios criminosos – sobre as nascentes e rios no Norte e Noroeste do estado.
O requerimento para a audiência pública foi apresentado pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, deputado Cássio Soares (PSD). Na justificativa, ele chama atenção para o quadro de agonia das veredas revelado pelo EM.
“Vamos discutir a deterioração das veredas ao longo dos anos, principalmente, em função das queimadas. Percebemos uma certa incapacidade da estrutura do poder público para preservar os recursos hídricos. Temos que fortalecer os mecanismos de preservação”, disse ele.
O diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), João Paulo Sarmento, enfatiza que a série do EM serve como alerta não somente para o reforço da fiscalização, mas, principalmente, para aumentar a consciência dos produtores rurais sobre a importância desse ecossistema.
O secretário-geral do Comitê Federal da Bacia do Rio São Francisco, Lessandro Gabriel da Costa, considera que a reportagem é um alerta para que órgãos públicos tenham mais cautela e rigidez na liberação de licenças para desmatamento..