Mariana - Dentro de no máximo duas semanas, possivelmente em 5 de novembro, quando será lembrado um ano da maior tragédia socioambiental da história do país, os antigos moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, soterrado pelo rompimento da Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, vão conhecer o desenho da sua futura comunidade. Segundo o líder de programas de reconstrução da Fundação Renova, o engenheiro Álvaro Pereira, a aprovação do projeto pelas 236 famílias é fundamental para que todos os trâmites técnicos e legais sejam seguidos, incluindo o detalhamento dos serviços de engenharia, que deverão demandar três meses e o sinal verde do licenciamento ambiental, pelos órgãos competentes.
“Certamente teremos alterações, mas adianto que todo o projeto foi feito de acordo com as coordenadas dos antigos moradores de Bento Rodrigues”, garantiu Pereira. Ele explicou que o novo desenho levou em consideração a localização das casas, mantendo-se os setores e residências de vizinhança, da quadra de esportes, da escola, da unidade básica de saúde, da Igreja de São Bento, padroeiro da comunidade, e os pontos de encontro da comunidade. Até mesmo o antigo cruzeiro teve um local bem escolhido, já que, tradicionalmente, duas tradicionais procissões religiosas se encontram nesse marco de relevância para os católicos.
A expectativa é de que o novo Bento Rodrigues fique pronto em março de 2019, mas Pereira adiantou que as primeiras famílias poderão chegar ao local no fim de 2018. Com 375 hectares, o terreno na localidade de Lavoura, eleito pela comunidade e adquirido pela empresa fica a oito quilômetros do subdistrito destruído pela lama que vazou da mineradora controlada pela BHP Billiton e Vale.
vídeo O desenho do novo Bento Rodrigues, que terá um cinturão verde, foi apresentado, ontem, na sede da Samarco, em Mariana, mas a equipe pretende divulgá-lo apenas após a reunião com os moradores. Na reunião, será apresentado um vídeo, visto ontem pela imprensa, simulando as ruas, praças e outros espaços. “A comunidade vai dar a última palavra. Afinal, é a história dela, as famílias é que vão morar lá. Vamos respeitar as ideias e fazer as adequações”, disse Pereira. A Fundação Renova é uma entidade privada, criada após entendimento entre a Samarco, acionistas e governos federal, de Minas e do Espírito Santo, que vai cuidar das questões sociais e ambientais ao longo da Bacia do Rio Doce. Segundo Pereira, os estudos ambientais e topográficos e sondagens estão em andamento.
Além de Bento Rodrigues, a fundação está cuidando de Paracatu de Baixo, em Mariana, onde 108 famílias serão reassentadas numa área inicial de 90 hectares, e em Gesteira, em Barra Longa, na Zona da Mata, que terá de volta 8 famílias, com 11 terrenos disponíveis, em 7,5 hectares.
BARRAGENS Ontem, equipe técnica da Samarco apresentou as obras que vêm sendo feitas para retenção de sedimentos no Complexo Minerário do Germano, em Mariana. “As próximas chuvas serão a prova de fogo para o que está sendo feito, especialmente quanto à estabilidade das estruturas e os riscos de carreamento de material sólido”, explicou o engenheiro civil e coordenador das construções, Eduardo Moreira.
Um dos pontos em evidência, principalmente pela vigilância do Ministério Público de Minas Gerais e exigências do Conselho Municipal de Cultural, a fim de impedir danos às ruínas de Bento, está na construção do dique S4. Devido aos atrasos no cronograma, o engenheiro explicou que a construção está na fundação. A expectativa é que termine em janeiro.
O S4, que integra o sistema emergencial de retenção de sedimentos, teve sua construção autorizada pelo decreto 500 do governo de Minas. A estrutura integra o sistema de retenção de sedimentos, composto pelos diques S1, S2 e S3, além das barragens Eixo 1 de Fundão e Nova Santarém.
O engenheiro explicou que o novo dique vai alagar apenas parte da área já impactada e que o muro de pedras, as ruínas da capela de São Bento e o cemitério não serão alagados, assim como a parte do distrito não atingida pelos rejeitos de minério.
Peças sacras são recolhidas
“Certamente teremos alterações, mas adianto que todo o projeto foi feito de acordo com as coordenadas dos antigos moradores de Bento Rodrigues”, garantiu Pereira. Ele explicou que o novo desenho levou em consideração a localização das casas, mantendo-se os setores e residências de vizinhança, da quadra de esportes, da escola, da unidade básica de saúde, da Igreja de São Bento, padroeiro da comunidade, e os pontos de encontro da comunidade. Até mesmo o antigo cruzeiro teve um local bem escolhido, já que, tradicionalmente, duas tradicionais procissões religiosas se encontram nesse marco de relevância para os católicos.
A expectativa é de que o novo Bento Rodrigues fique pronto em março de 2019, mas Pereira adiantou que as primeiras famílias poderão chegar ao local no fim de 2018. Com 375 hectares, o terreno na localidade de Lavoura, eleito pela comunidade e adquirido pela empresa fica a oito quilômetros do subdistrito destruído pela lama que vazou da mineradora controlada pela BHP Billiton e Vale.
vídeo O desenho do novo Bento Rodrigues, que terá um cinturão verde, foi apresentado, ontem, na sede da Samarco, em Mariana, mas a equipe pretende divulgá-lo apenas após a reunião com os moradores. Na reunião, será apresentado um vídeo, visto ontem pela imprensa, simulando as ruas, praças e outros espaços. “A comunidade vai dar a última palavra. Afinal, é a história dela, as famílias é que vão morar lá. Vamos respeitar as ideias e fazer as adequações”, disse Pereira. A Fundação Renova é uma entidade privada, criada após entendimento entre a Samarco, acionistas e governos federal, de Minas e do Espírito Santo, que vai cuidar das questões sociais e ambientais ao longo da Bacia do Rio Doce. Segundo Pereira, os estudos ambientais e topográficos e sondagens estão em andamento.
Além de Bento Rodrigues, a fundação está cuidando de Paracatu de Baixo, em Mariana, onde 108 famílias serão reassentadas numa área inicial de 90 hectares, e em Gesteira, em Barra Longa, na Zona da Mata, que terá de volta 8 famílias, com 11 terrenos disponíveis, em 7,5 hectares.
BARRAGENS Ontem, equipe técnica da Samarco apresentou as obras que vêm sendo feitas para retenção de sedimentos no Complexo Minerário do Germano, em Mariana. “As próximas chuvas serão a prova de fogo para o que está sendo feito, especialmente quanto à estabilidade das estruturas e os riscos de carreamento de material sólido”, explicou o engenheiro civil e coordenador das construções, Eduardo Moreira.
Um dos pontos em evidência, principalmente pela vigilância do Ministério Público de Minas Gerais e exigências do Conselho Municipal de Cultural, a fim de impedir danos às ruínas de Bento, está na construção do dique S4. Devido aos atrasos no cronograma, o engenheiro explicou que a construção está na fundação. A expectativa é que termine em janeiro.
O S4, que integra o sistema emergencial de retenção de sedimentos, teve sua construção autorizada pelo decreto 500 do governo de Minas. A estrutura integra o sistema de retenção de sedimentos, composto pelos diques S1, S2 e S3, além das barragens Eixo 1 de Fundão e Nova Santarém.
O engenheiro explicou que o novo dique vai alagar apenas parte da área já impactada e que o muro de pedras, as ruínas da capela de São Bento e o cemitério não serão alagados, assim como a parte do distrito não atingida pelos rejeitos de minério.
Peças sacras são recolhidas
A Samarco informou ontem que foram encontradas até agora 1.925 peças sacras de igrejas de Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana, e Gesteira, em Barra Longa, na Zona da Mata. O acervo foi higienizado e se encontra numa reserva técnica mantida pela empresa em Mariana. O próximo passo será a restauração, o que deverá ocorrer com base em acordo com a Arquidiocese de Mariana e Ministério Público de Minas Gerais, via Coordenadoria das Promotorias de Justiça do Patrimônio Cultural e Turístico. Em Bento Rodrigues, a mineradora mantém uma unidade com um arqueólogo.