(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Semana começa com motim e tensão em presídios do interior de Minas

Rebelião em Itajubá, onde agentes viraram reféns, só acabou após 18 horas. Pouco depois, presos se revoltaram em penitenciária de Ipaba


postado em 25/10/2016 06:00 / atualizado em 25/10/2016 08:09

Motim em Itajubá terminou após 18 horas(foto: Polícia Militar/Divulgação)
Motim em Itajubá terminou após 18 horas (foto: Polícia Militar/Divulgação)
Pouco depois de terminada a rebelião com reféns em Itajubá, no Sul de Minas, que durou 18 horas, agentes do sistema prisional enfrentaram novo princípio de motim em Ipaba, no Vale do Aço, a 225 quilômetros da capital, no começo da tarde de ontem. O tumulto também foi controlado, segundo afirmou a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), que preferiu não avaliar se a revolta no Sul serviu para estimular os presidiários de Ipaba ou sobre o risco de outras rebeliões no sistema.

Nos dois motins, parentes de presos reclamaram da superlotação das unidades prisionais, maus-tratos e abusos em relação às visitas. De acordo com a Seap, dois agentes feitos reféns no presídio de Itajubá tiveram ferimentos leves e foram levados para uma unidade de saúde. Um detento, também com lesões leves, precisou de atendimento médico.

A rebelião na cidade do Sul mineiro teve momentos de tensão. Equipe de negociadores do sistema prisional, policiais militares, representantes do Ministério Público do estado, da Justiça, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) e de uma entidade de direitos humanos tiveram dificuldades para convencer os presos a libertar os agentes reféns, o que ocorreu depois de 18 horas de diálogo, com o fim do motim.

O estopim da rebelião foi um tumulto entre detentos de uma das alas do Bloco B do Presídio de Itajubá, no fim da tarde do domingo. Quando dois agentes prisionais entraram para tentar contornar o conflito, foram rendidos. De acordo com a Seap, ao meio-dia de ontem eles foram liberados. Durante a madruga e pela manhã, parentes dos presos aguardavam ansiosos o desfecho das negociações e reclamavam de maus-tratos contra os internos.

Em Ipaba, pela manhã parentes dos detentos da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho já eram alertados por eles, por meio de telefone, de que o clima era tenso e que estava para estourar uma rebelião. Porém, de acordo com a Seap, por volta das 12h30 a situação já havia sido contornada no Bloco A da unidade prisional, onde presos colocaram fogo em colchões e estouraram cadeados e grades das celas. A secretaria diz que o tumulto durou cerca de 30 minutos.

A revolta dos presos teria relação com o fato de as visitas íntimas serem permitidas somente durante a semana, e não aos sábados e domingos, segundo relataram parentes de internos. Porém, desde a noite do sábado o clima já era de tensão, depois que uma visitante de um detento do Bloco A foi presa ao tentar entrar com porções de maconha na unidade. Depois do episódio, agentes penitenciários fizeram buscas e apreenderam mais uma porção da droga com outro preso.

Na noite do domingo, depois de estourada a rebelião de Itajubá, por meio de ligações telefônicas feitas por celulares, alguns familiares eram avisados sobre a possibilidade de que em Ipaba também a cadeia seria “virada”. Porém, com o alerta do Sul mineiro, os agentes já estavam atentos e, tão logo começou o motim, o Comando de Operações Especiais do sistema prisional entrou em ação. Militares do Batalhão de Choque também seguiram para a penitenciária. Bombeiros estavam a caminho, mas, com a situação contornada, foram dispensados. A Seap se limitou a informar sobre o fim das rebeliões, mas não deu detalhes sobre as negociações.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)