Jornal Estado de Minas

Surto de caxumba assusta estudantes de pré-vestibular em Belo Horizonte

Um surto de caxumba que atingiu estudantes do pré-vestibular Bernoulli nas últimas semanas liga o alerta para a doença. Ao menos quatro alunos contraíram a enfermidade na instituição de ensino. Com medo de serem infectados, alguns jovens chegaram a assistir às aulas de máscara. O colégio tomou medidas para evitar o contágio.

Em Belo Horizonte, os casos de caxumba estão em alta. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), neste ano houve um aumento de 23,9% nos registros. Também conhecida como parotidite, a caxumba geralmente tem sintomas considerados amenos. É caracterizada pelo aumento das glândulas salivares, o que provoca um inchaço no rosto.

Nos casos graves, pode evoluir até para meningite.

O contágio ocorre pela saliva e por gotículas, por isso a preocupação das autoridades. A maior concentração de casos ocorreu em junho, julho e agosto, no inverno, quando a incidência da doença é maior. No pré-vestibular do Bernoulli, os casos da doença começaram a aparecer há duas semanas.

Um dos infectados foi o estudante Lucas Guilherme Souza Santos, de 20 anos. “Estava na aula quando fui comer uma maçã e senti uma dor no maxilar. Depois disso, a dor foi só piorando e no dia seguinte amanheci com o rosto inchado e com um pouco de febre.
Fui ao hospital já suspeitando da doença por causa dos sintomas e do surto”, explicou. Para evitar o contágio dos colegas, o jovem não está frequentando as aulas. “Acho até melhor deixar de ir porque desta forma o surto diminui.

Logo que os casos no pré-vestibular foram divulgados, uma grande repercussão tomou as redes sociais. Com medo de pegarem a caxumba, alguns estudantes começaram a frequentar as aulas usando máscaras cirúrgicas. “Acho que foi um pouco de exagero. Acredito que a falta de imunização do pessoal é que vem causando isso. É só se vacinar, então, não vejo necessidade de usar as máscaras”, comentou.


Os casos de caxumba também vêm crescendo em Belo Horizonte nos últimos dois anos. Segundo a SMSA, neste ano foram confirmados 357 casos da doença entre janeiro e outubro, média de 1,3 por dia. Em 2015, 288 pessoas foram infectadas. Já em relação a 2014, a diferença é ainda maior. Naquele ano foram registrados 41 casos na cidade.

O período de transmissão da doença é de nove dias depois dos primeiros sintomas. Por causa disso, o recomendado é que os pacientes fiquem isolados. Como a doença se propaga por meio da saliva e gotículas, os pacientes devem lavar as mãos e evitar aglomerações e compartilhamento de objetos, como copos e talheres.

Nesta tarde, o Grupo Bernoulli divulgou a seguinte nota: "Assim que teve conhecimento da ocorrência de caxumba na Unidade do Pré-Vestibular, o Bernoulli tomou as providências necessárias para informar e conscientizar os alunos sobre as formas de contágio, sintomas e o tratamento adequado. O Bernoulli também orientou que, se alguém fosse diagnosticado, notificasse a direção, seguisse as orientações de tratamento e só retornasse às aulas após a liberação médica. Não temos nenhum caso registrado no Colégio Bernoulli – Unidade Santo Agostinho.
O Bernoulli se preocupa com o bem-estar dos seus alunos e se mantém atento à situação". .