A fé, emoção e o entusiasmo dos fieis continua neste sábado em mais uma celebração em homenagem a mineira Maria da Conceição Santos, a irmã Benigna Victima de Jesus (1907–1981), cujo processo de beatificação tramita no Vaticano. Após ser realizada a missa de acolhida dos restos mortais da serva de Deus, como é conhecida, nesta manhã foi feito o translado das relíquias para o Recanto Monsenhor Domingos, localizado aos pés do Santuário Nossa Senhora da Piedade. Novamente, centenas de pessoas marcaram presença na cerimônia.
As relíquias receberam a bênção do arcebispo de Belo Horizonte Dom Walmor Oliveira de Azevedo na pedra fundamental do Memorial Irmã Benigna. Em seguida, foi realizada uma missa campal. Depois, uma cerimônia de portas fechadas aconteceu na capela na Capela São Luiz, onde os restos mortais vão ficar definitivamente.
Junto a relíquia da serva de Deus, estavam também uma urna com os restos mortais de monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, fundador da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, da qual Irmã Benigna fazia parte. Também será colocado na Capela São Luiz.
Para os fieis que acompanharam a cerimônia, a celebração foi importante para o processo de beatificação. “Nós sentimos felizes e realizados de ver o processo de primeira santa mineira do país com processo adiantado. Agoira, está ganhando proporções maiores. Fieis de outros lugares poderão visitar a serra da Piedade, para vê-la”, disse o analista administrativo Willian de Oliviera Silva, de 45 anos, integrante da Associação dos Amigos de Irmã Benigna (AmaiBen).
Caminho até a santidade
» Os processos de beatificação podem ser longos e demorar quase cinco décadas, como ocorreu no caso do beato Padre Eustáquio (1890-1943), que era holandês, mas teve um trabalho pastoral e social importante em Minas, sendo beatificado em Belo Horizonte. No caso da Irmã Benigna, o trabalho está bem encaminhado, com muitas testemunhas
» Tudo começa com a fama de santidade e virtude do candidato a beato, associada a um clamor da população. Com autorização do Vaticano, os processos começam cinco anos depois da morte do candidato a beato
» Iniciada a tramitação – a pedido de uma congregação, diocese ou outra instituição ou ordem religiosa – o candidato a beato pode ser chamado de servo ou serva de Deus. É preciso haver um milagre comprovado, que a medicina não consiga explicar, além de declaração de graças alcançadas etc.
» A primeira parte do processo de beatificação se dá em nível diocesano e só depois toda a documentação é enviada para Roma para análises, verificação de procedência e outros aspectos
» Quanto termina o processo de beatificação, começa o de canonização (tornar-se santo), sendo necessária a comprovação de outro milagre