Unir projeto social e consciência ambiental: esse é o objetivo do Coração da Terra, uma iniciativa da engenheira florestal Paula Filardi e do publicitário Davidson Negon. O projeto socioambiental é financiado pelo Instituto MRV e visa conscientizar a comunidade sobre a importância do cuidado com a natureza. As ações são realizadas junto aos moradores da Vila Dias, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte.
Criado em maio deste ano, o projeto realiza oficinas que promovem o contato da comunidade com o meio ambiente. Davidson, um dos criadores, afirma que tudo começou com a inscrição em um edital do instituto e uma pesquisa sobre a comunidade. “Procuramos saber o que as pessoas sabiam, o que queriam e o que precisavam em questão ambiental. A partir disso, realizamos gincanas e brincadeiras para atrair a atenção da população local e, assim, eles puderam conhecer melhor o projeto”, explicou.
Uma das oficinas, denominada “Cores da Terra”, convida os moradores da Vila Dias a conhecer a técnica da utilização do solo como fonte de pigmento na confecção de tinta. Trata-se de uma tecnologia social de baixo custo, baixo impacto ambiental e que colore as vielas.
Já a oficina de compostagem ajuda na redução do lixo orgânico proveniente dos alimentos consumidos pela comunidade e permite seu reaproveitamento como adubo, além de evitar o uso de fertilizantes químicos, que trazem prejuízos à saúde. São realizadas ainda oficinas como horta vertical e pomar urbano.
Organização De acordo com Paula Filardi, cocriadora do Coração da Terra, o projeto normalmente conta com oito pessoas na organização das oficinas, que ocorrem em quase todos os fins de semana. No último dia 22, foi realizado o plantio de um pomar na comunidade para estabelecer um laço entre as árvores e aqueles que as plantaram. Segundo a engenheira florestal, o evento foi um sucesso. “Várias pessoas aderiram ao plantio e foi muito gratificante ver o envolvimento delas”, afirmou.
A estudante de arquitetura e urbanismo Mariana Bittar ficou sabendo do plantio do pomar pelo Facebook e, mesmo morando longe da Vila Dias, fez questão de participar. “A oficina trouxe uma oportunidade que hoje é rara: plantar um pomar em um meio urbano, que traz poucas possibilidades para isso. Ela mostrou que é possível abrir espaço para esse tipo de projeto na cidade”, contou Mariana.
Os efeitos da presença do projeto no local já podem ser sentidos.