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Estado de Minas

Projeto busca conscientizar moradores sobre a importância do cuidado com a natureza em BH

Projeto Coração da Terra acontece na Vila Dias, no Bairro Santa Tereza


postado em 31/10/2016 06:00 / atualizado em 31/10/2016 07:53

Iniciativa promove atividades como horta vertical e pintura com tinta de baixo impacto ambiental(foto: Projeto Coração da Terra/Divulgação )
Iniciativa promove atividades como horta vertical e pintura com tinta de baixo impacto ambiental (foto: Projeto Coração da Terra/Divulgação )

Unir projeto social e consciência ambiental: esse é o objetivo do Coração da Terra, uma iniciativa da engenheira florestal Paula Filardi e do publicitário Davidson Negon. O projeto socioambiental é financiado pelo Instituto MRV e visa conscientizar a comunidade sobre a importância do cuidado com a natureza. As ações são realizadas junto aos moradores da Vila Dias, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte.

Criado em maio deste ano, o projeto realiza oficinas que promovem o contato da comunidade com o meio ambiente. Davidson, um dos criadores, afirma que tudo começou com a inscrição em um edital do instituto e uma pesquisa sobre a comunidade. “Procuramos saber o que as pessoas sabiam, o que queriam e o que precisavam em questão ambiental. A partir disso, realizamos gincanas e brincadeiras para atrair a atenção da população local e, assim, eles puderam conhecer melhor o projeto”, explicou.

Por meio do que ele chama de “linguagem do amor”, as pessoas são convidadas a cuidar da terra, o que, segundo ele, significa cuidar de nós mesmos. Davidson diz também que, mais do que um aprendizado, as oficinas divertem as pessoas que participam e que, por isso, as crianças são as principais interessadas.

Uma das oficinas, denominada “Cores da Terra”, convida os moradores da Vila Dias a conhecer a técnica da utilização do solo como fonte de pigmento na confecção de tinta. Trata-se de uma tecnologia social de baixo custo, baixo impacto ambiental e que colore as vielas. Nela, as pessoas têm a oportunidade de pintar os muros com tinta produzida por elas mesmas.

Iniciativa promove atividades como horta vertical e pintura com tinta de baixo impacto ambiental(foto: Projeto Coração da Terra/Divulgação )
Iniciativa promove atividades como horta vertical e pintura com tinta de baixo impacto ambiental (foto: Projeto Coração da Terra/Divulgação )
Já a oficina de compostagem ajuda na redução do lixo orgânico proveniente dos alimentos consumidos pela comunidade e permite seu reaproveitamento como adubo, além de evitar o uso de fertilizantes químicos, que trazem prejuízos à saúde. São realizadas ainda oficinas como horta vertical e pomar urbano.

Organização De acordo com Paula Filardi, cocriadora do Coração da Terra, o projeto normalmente conta com oito pessoas na organização das oficinas, que ocorrem em quase todos os fins de semana. No último dia 22, foi realizado o plantio de um pomar na comunidade para estabelecer um laço entre as árvores e aqueles que as plantaram. Segundo a engenheira florestal, o evento foi um sucesso. “Várias pessoas aderiram ao plantio e foi muito gratificante ver o envolvimento delas”, afirmou.

A estudante de arquitetura e urbanismo Mariana Bittar ficou sabendo do plantio do pomar pelo Facebook e, mesmo morando longe da Vila Dias, fez questão de participar. “A oficina trouxe uma oportunidade que hoje é rara: plantar um pomar em um meio urbano, que traz poucas possibilidades para isso. Ela mostrou que é possível abrir espaço para esse tipo de projeto na cidade”, contou Mariana.

Os efeitos da presença do projeto no local já podem ser sentidos. Para o líder comunitário da vila, Márcio Lisboa, o Coração da Terra chegou com uma proposta interessante e tem grandes possibilidades de permanecer. “Desde o começo, o projeto foi bem recebido pelos moradores da vila, que já estão se conscientizando sobre a importância de cuidar da natureza. Acredito que o mais importante é o impacto que ele tem causado nas crianças, que crescem aprendendo a dar valor ao meio ambiente”, avaliou. Ele reforça também que, além de ampliar a visão acerca da reutilização de produtos orgânicos como adubo, o projeto deixa a vila mais bonita e colorida por meio do uso das tintas confeccionadas pela própria comunidade.


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