Jornal Estado de Minas

Alunos de medicina da Federal de Juiz de Fora são barrados na portaria do campus

Alunos do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) correm o risco de terem suas aulas suspensas, se até a sexta-feira a instituição não pagar dívida de R$ 1,3 milhão pelo uso das instalações Universidade do Vale do Rio Doce (Univale). A UFJF não tem prédio próprio e obras de sua cidade universitária estão em andamento.

Na manhã desta segunda-feira, estudantes dos cursos de medicina, farmácia e fisioterapia foram barrados na chegada no campus e informados de que o acesso deles estava condicionado à quitação da dívida. Depois de reunião entre representantes das instituições, à tarde, foi acertado o prazo para uma solução ao impasse.

Por meio de nota, a Universidade Federal de Juiz de Fora considerou de “atitude intempestiva” o bloqueio do acesso de seus alunos e professores no campus. A decisão foi da direção da Fundação Percival Farquhar (FPF), mantenedora da Univale, que reclama o pagamento em atraso.

A reitoria da UFJF disse que o bloqueio causou constrangimento e prejuízos aos docentes, técnico-administrativos e estudantes da universidade, que foram impedidos entrar no prédio da Univale. A direção da instituição afirma que existe um contrato com a Univale em vigor desde 1º de setembro de 2016 com vigência até o final de agosto de 2017.

“A Universidade Federal de Juiz de Fora está rigorosamente em dia com os pagamentos do contrato”, garante a nota, que é assinada pelo reitor, professor Marcus Vinícius David, e a vice-reitora Girlene Alves Silva. “O impasse existente se refere a um processo de reconhecimento de dívida referente ao período de fevereiro a agosto de 2016, sem vinculação com o contrato atual”, completou.

Divergência em valor de dívida dificulta acordo

A direção da UFJF explicou ainda que há uma diferença entre o valor do débito calculado pela instituição e o montante cobrado pela Univale.

Segundo as assessorias jurídica e financeira da UFJF, o valor a ser pago é de R$ 1.110.497,48 e a Univale entende que deveria ser de R$ 1.332.664,61. “A Advocacia-geral da União está agindo para que tal fato (bloqueio doa estudantes) não se repita e o cumprimento do contrato seja mantido”, finalizou o comunicado da universidade federal.

Porém, por meio de nota, a Fundação Percival Farquhar (FPF), mantenedora da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), informou que foi estabelecido que a UFJF tem até a próxima sexta-feira (04) para efetuar o pagamento ou apresentar a data para a quitação do débito. De acordo com a FPF, o prazo foi acertado em reunião com gestores do campus da universidade federal de Governador Valadares, na tarde desta segunda-feira. “Durante este período o acesso de alunos, professores e funcionários administrativos da UFJF ao campus da Univale fica liberado”, afirma o comunicado.

A fundação justificou ainda que desde outubro do ano passado vem negociando a renovação do contrato de locação do prédio vencido em janeiro último. E que, somente em janeiro houve o fechamento do acordo, que passou a vigorar em 1º de setembro, com ampliação do uso do espeço físico. Porém, apesar do valor do débito anterior, de R$ 1,3 milhão, ter sido calculado em comum acordo, na data estipulada para o pagamento da dívida, o compromisso não foi honrado.

Campus avançado de Valadares oferece 10 cursos

O Campus Avançado Governador Valadares iniciou suas atividades no dia 19 de novembro de 2012 e oferece atualmente 850 vagas anuais em dez cursos de graduação presenciais: Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia – opções também ofertadas na sede e com conceitos máximos no Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante) A relação de cursos foi acordada, conforme a demanda regional, entre o Ministério da Educação, UFJF e Prefeitura de Governador Valadares. Não está descartada a possibilidade de aumentar, futuramente, a lista de graduações.
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