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A diretora da Urbel diz que, como remover famílias não é algo fácil, o trabalho envolve a comunidade para conscientizá-la e mobilizá-la não só para perceber o risco, como no sentido de se precaver e não contribuir para agravar o problema. “As remoções são feitas em último caso, quando não se tem mais o que fazer”, afirma. “A Prefeitura de Belo Horizonte não dá conta de intervir em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso preparamos muito a população, conversando com ela sobre como evitar o risco e, se a situação mudar, ligar pedindo vistoria”, acrescenta.
A diretora ressalta que as remoções têm diminuído nos últimos anos.
NOVOS DRAMAS Desempregado e atualmente fazendo bicos, Cleyton Paulo dos Santos, de 45, casado, pai de dois meninos de 9 e 6 anos e de um adolescente de 15, diz que gostaria de continuar onde está. “Prefiro que a situação seja regularizada, que haja segurança e tenhamos condições de construir moradias de alvenaria”, contou Cleyton, que lamenta não dispor de recursos para comprar tijolos e demais materiais de construção.
“Gosto de ter quintal, espaço para ficar com a família”, diz o desempregado.
No caminho que conduz ao alto do Taquaril, podem ser vistas obras concluídas de contenção dos morros, com paredões de concreto. Em outros pontos, há placas da PBH – numa delas, curiosamente, há um adesivo de propaganda do futuro prefeito – orientando as pessoas a não construir. Morando sozinho num barracão, o auxiliar de serviços gerais Felipe Silva de Souza também vê perigos na região. Ele espera que uma eventual remoção melhore a vida da comunidade.
A diretora da Urbel afirma que a área da ocupação vem sendo acompanhada. Ela admite que se trata de uma área potencial para o desenvolvimento do risco, devido à maneira como está sendo habitada.
Panorama
2,1 mil é o número de edificações em área de risco
10 famílias foram removidas, este ano, de áreas de risco
7 vezes é a redução, em 20 anos, da quantidade de edificações em terrenos em situação de risco geológico
50 núcleos de voluntários estão presentes nas vilas e favelas para conscientizar as comunidades sobre os riscos
Fonte: Urbel
Primeiro mapeamento foi feito nos anos 1990
O Programa Estrutural em Áreas de Risco (Pear) foi implementado em 1994, quando foi elaborado o primeiro mapeamento sobre os perigos nas vilas e favelas de Belo Horizonte.