Solo fértil para a fé, a cultura e o turismo. Os últimos dias foram decisivos para a implantação do Museu Maria Regina Mundi (do latim, Maria Rainha do Mundo), a ser construído, pela Arquidiocese de Belo Horizonte, no topo da Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH. Segundo a instituição católica, foram retirados 93 caminhões de entulhos da área que era cedida ao Ministério da Aeronáutica. A expectativa é de que o novo espaço sacrocultural fique pronto em outubro de 2017, como parte da celebração dos 250 anos de peregrinação à ermida que guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814). Homens e máquinas trabalham para deixar o terreno ainda mais limpo. “Esta estrutura é muito forte, é feita de pedras de minério e concreto”, disse uma integrante da equipe.
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LUZES À noite, a auréola do museu ficará iluminada, adianta Penna, ao explicar as formas “orgânicas” do espaço, que terá uma pequena capela, específica para reflexão e contemplação do infinito, e ainda uma área gramada sob a auréola. No total, serão 1,5 mil metros quadrados de área construída. “Já fico imaginando um coral se apresentando ali, naquela lugar, de frente para o infinito”. De fato, que estiver no local terá bela visão das montanhas e, ao longe, o contorno das cidades vizinhas.
Dentro dessa proposta, dom Walmor afirma que o museu será um ambiente especial para preservar a beleza e a riqueza da história do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, que festejará os 250 anos de peregrinações. “A ermida de nossa padroeira começou a ser edificada em 1767. Por mais de dois séculos, pessoas de diversas regiões visitam este território sagrado, oficialmente reconhecido como a casa da padroeira de nosso estado em 1958, pelo papa São João XXIII.” No ano passado, conforme a arquidiocese, cerca de 600 mil pessoas estiveram no alto do maciço.
DOAÇÃO As peças foram doadas à Cúria Metropolitana pelo acupunturista e dono de clínica Humberto Mattarelli Carli, residente em Sabará, na Grande BH.
O acervo não é composto de obras de arte, mas peças de gesso. O importante para o colecionador é a devoção à mãe de Deus. Ele elege como imagem preferida a de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Sabará, primeira da coleção e feita por uma artesã da cidade. O conjunto inclui algumas de nomes poucos conhecidos entre os brasileiros, entre elas Nossa Senhora do Ártico, com capuz branco feito neve, carregando o menino no colo; a dramática Nossa Senhora dos Abortados, com dois anjos aos pés e um bebê nas mãos; Nossa Senhora de Sheshan, originária da China, com braços levantados para segurar o filho e um dragão na base; e centenas da França, Itália, Espanha, Portugal, República Tcheca e outros continentes.
Quando ficar pronto, o Museu Maria Regina Mundi será um dos expoentes do Caminho Entre Serras, que liga as serras da Piedade e do Caraça e do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), unindo o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, que tem a escultura feita por Aleijadinho e Aparecida (SP), onde está a padroeira do Brasil..