Quase um ano depois do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, a pesca profissional na parte mineira da Bacia do Rio Doce foi proibida. A medida foi tomada nesta terça-feira, sete meses depois que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou a proibição. No Espírito Santo, a retirada de peixes da foz do Rio Doce está suspensa desde fevereiro, quando a Justiça Federal acatou o pedido do Ministério Público Federal (MPF).
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A situação da contaminação dos peixes já está sendo discutidas ao menos desde o início deste ano.
O pedido ao MPMG foi feito por pescadores da Colônia Z-19, que abrangem uma área desde Ponte Nova até Aimorés, com o objetivo de proteger as espécies ali existentes, assegurando sua sobrevivência e a possibilidade de reintrodução no rio.
De acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a demora para o cumprimento da recomendação do MPMF aconteceu por causa de análises criteriosas que estava sendo feitas do impactos socieconômicos em uma bacia grande e de relevância para o estado.
Espírito Santo
A medida já está valendo no Espírito Santo desde fevereiro. A Justiça Federal acatou o pedido do MPF para a proibição da pesca na Foz do Rio Doce. Os procuradores, na ação civil pública, justificaram que a medida visa proteger a saúde de quem consome pescados da região e a sobrevivência de espécies prejudicadas pelos rejeitos de minério. Afirmaram, ainda, que a interdição garantiria a conclusão dos trabalhos técnicos que buscam diagnosticar os impactos da lama no mar e a contaminação dos recursos pesqueiros.