Quase um ano depois do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (Região Central de Minas), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) decidiu proibir por tempo indeterminado a pesca profissional na parte mineira da bacia do Rio Doce. O objetivo da medida, publicada ontem no Minas Gerais, diário oficial do estado, é permitir a recuperação do rio e da ictiofauna – conjunto das espécies de peixes da bacia. Durante o período de proibição, ficam permitidas apenas a pesca científica devidamente autorizada e a pesca amadora, desde que na modalidade conhecida como “pesque e solte”.
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Depois de quase um ano de tragédia em Mariana, pesca é proibida no Rio Doce em MinasTJMG define pensão mensal de R$ 3,5 mil a pescador prejudicado por lama no Rio DoceEsforços de recuperação da Bacia do Rio Doce ganham reforço de 29 projetos de pesquisas de universitáriosComissão parlamentar analisa se pede ao TCU auditoria dos reparos de danos ambientaisCardumes que fugiram do Rio Doce têm vida ameaçada pela má qualidade da águaDesastre na Barragem de Fundão afunda Mariana no atoleiro do desempregoCriolo presta homenagem a vítimas de Mariana, um ano após desastreTragédia de Mariana completa um ano e EM refaz caminho do desastreNa parte capixaba do Rio Doce, a pesca profissional está proibida desde fevereiro, por decisão da Justiça Federal em ação movida pelo Ministério Público Federal. Sobre a decisão de limitar a pesca em Minas nove meses depois do Espírito Santo e sete meses após a recomendação do MPMG, o IEF informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o prazo foi necessário para “análises criteriosas dos impactos socieconômicos em uma bacia grande e de relevância para o estado”.
ESTUDOS Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, Leonardo Deptulski, a decisão não foi tardia. “Tivemos logo depois de novembro (mês da tragédia) a proibição da pesca no rio devido à piracema (período de reprodução das espécies). Logo em seguida, foi pedido um posicionamento sobre a situação”, comentou.
Deptulski defende que a proibição seja mantida até que estudos indiquem o contrário.
Segundo o IEF, a portaria só será revista caso estudos técnicos e científicos comprovem a recuperação populacional das espécies do Rio Doce. A portaria que proíbe a pesca profissional no Rio Doce coincide com o início da piracema, quando parte da atividade é restringida, mas a norma publicada ontem é mais abrangente: protege não apenas espécies nativas, mas toda a fauna aquática da bacia, independentemente do tamanho..