"Hoje não é dia de celebração. Hoje é dia de indignação". Foi com essa frase que o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto abriu a prestação de contas das ações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) um ano após a tragédia de Mariana, na manhã desta sexta-feira.
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O terceiro a falar foi o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, que destacou o prejuízo para o patrimônio cultural das comunidades devastadas pela lama. Segundo Miranda, a perda do patrimônio imaterial, que inclui celebrações religiosas, além de várias outras manifestações culturais, é incalculável. Ele destacou que a região afetada pelo desastre remonta ao início do estado de Minas Gerais, o que dá a dimensão do tamanho do prejuízo. "É como se estivesse passando uma borracha na história de uma comunidade de mais de 300 anos", afirma o promotor.
Também falaram os promotores Bruno Guerra, Leonardo Diniz e Evandro Ventura, com atribuições regionais nas áreas de Ponte Nova e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Segundo o MPMG, a prestação de contas faz parte de uma série de eventos entre os dias 3 e 5 de novembro para lembrar um ano do rompimento da Barragem do Fundão, que matou 19 pessoas e arrasou os distritos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e parte do município de Barra Longa.
Na tarde de sábado, será realizada a prestação de contas da área de defesa dos direitos humanos. A reunião acontece no centro de Mariana. .