Jornal Estado de Minas

Detentas sofrem com falta de produtos de higiene em presídos da Grande BH

Detentas de presídios da capital mineira e da Região Metropolitana de Belo Horizonte estão sofrendo com a falta de produtos de higiene pessoal. Voluntárias do Grupo de Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade denunciam que as mulheres estão há dias sem absorvente. Até mesmo miolo de pão estaria sendo usado pelas presas por causa da falta do material. Doações estão sendo recebidas para sanar o problema. A Comissão de Assuntos Carcerários Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha a situação.

De acordo com a psicóloga e criminóloga Luciana Crepaldi, integrante do grupo, a falta do absorvente acontece no Presídio de São Joaquim de Bicas II e no Complexo Penitenciário Feminino Estêvão Pinto, no Bairro Horto, na Região Leste de BH. “Recebemos uma denúncia de funcionários das unidades dizendo que a situação está assim há dias. Eles informaram que já solicitaram várias vezes a reposição do material, mas nada foi feito”, explicou.


A situação ficou tão crítica, segundo Luciana, que as detentas chegaram a usar miolo de pão. “Estavam correndo o risco até de infecção. Já acionados o Conselho de Direitos Humanos do Estado”, afirmou a integrante do Grupo de Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade.

Para tentar ajudar as detentas, o grupo, junto com a OAB, arrecadaram absorventes e entregaram nas unidades prisionais. “Conseguimos aproximadamente 900 unidades do produto. Vamos continuar recolhendo doações”, contou. Quem quiser fazer a entrega dos produtos podem procurar o grupo no telefone 3274-0337.


Em nota, a Secretaria de Administração Prisional (Seap) afirmou que está trabalhando para regularização dos pagamentos pendentes aos fornecedores. “Quanto à falta de absorventes íntimos no presídio de Bicas II, informamos tratar-se de situação pontual e já solucionada”, completou. .