Os diretores geral e de segurança do complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram afastados dos cargos ontem. A Secretaria de Administração Prisional (Seap) informou que os dois estão sendo investigados em um processo administrativo interno. A providência coincide com a publicação, no Diário Oficial do estado, de portaria da Corregedoria da Seap anunciando sindicância para apurar tráfico, corrupção e outras irregularidades na unidade prisional. Extraoficialmente, o descumprimento de uma ordem de transferência de 300 presos para a penitenciária é levantado como outro possível motivo para a punição dos dirigentes.
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Diretores da Penitenciária Nelson Hungria são afastadosAdvogado é preso ao tentar entrar na Nelson Hungria com celulares escondidos em televisãoSuapi investiga sumiço de 2 mil comprimidos de farmácia na Penitenciária Nelson HungriaPresos fazem buraco e tentam fugir da Nelson Hungria, em ContagemJá o presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Sargento Rodrigues (PDT), considerou que a medida de afastamento da direção pode ter “motivação política”. Segundo o parlamentar, no começo da tarde circulou a informação de que Danuzio recusou a transferência de 300 detentos para o complexo de Contagem, que já estaria com pelo menos 25% mais detentos que sua capacidade. “Já temos um requerimento de visita à penitenciária aprovado. Vamos agora buscar acelerar essa visita de integrantes da comissão, diante dos últimos acontecimentos.
Porém, no Minas Gerais, Diário Oficial do governo do estado, foi publicada ontem pela Seap a portaria da Corregedoria do sistema prisional que instaurou sindicância administrativa para investigar supostas irregularidades no complexo Nelson Hungria. Sem vinculação nominal com qualquer dirigente, a justificativa para a publicação da Sindicância 070/2016, é “apurar supostos atos de corrupção, visando à transferência de custodiado de cela, bem como a facilitação da entrada de drogas, celulares e Viagra na unidade”.
O procedimento tem ainda a missão de investigar “supostas irregularidades na consulta de dados no sistema Setarin (banco de dados sobre a situação jurídica/policial dos presos), a fim de facilitar a liberação indevida de detentos; além de agressões, em tese, perpetradas contra reclusos, envolvendo servidores do complexo Penitenciário Nelson Hungria”. A portaria foi assinada no dia 8 pela corregedora da Seap-MG, Katiúscia Fagundes Fernandes..