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Estado de Minas

Após desabamento no Buritis, Defesa Civil alerta para cuidados com drenagem em terrenos

Defesa Civil interditou cinco apartamentos de um edifício na tarde de ontem por conta da queda do muro de arrimo. Deslizamentos são recorrentes no bairro em período de chuva


postado em 13/11/2016 06:00 / atualizado em 13/11/2016 07:47

Moradores foram retirados dos apartamentos e no início da noite tiveram permissão para voltar(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Moradores foram retirados dos apartamentos e no início da noite tiveram permissão para voltar (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Novo episódio de deslizamento de encosta traz pânico e transtorno a moradores do Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. Depois do fantasma do desabamento do Edifício Vale dos Buritis, em janeiro de 2012, desta vez foi a queda do muro de arrimo de um prédio na Rua Iracy Manata, 125, que voltou a obrigar famílias a deixarem suas casas. O desabamento, ocorrido por volta das 13h30 de ontem e em meio a uma forte chuva, causou um susto enorme aos moradores do condomínio Mont Blanc Mirabeau. Cinco dos 10 apartamentos foram desocupados imediatamente pelo Corpo de Bombeiros.


No fim da tarde, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) liberou quatro deles, após avaliação de risco, e manteve interditado o apartamento térreo, que foi o mais atingido pela grande quantidade de terra que desceu da encosta. O barranco fica nos fundos de um prédio de grande porte localizado na Rua Tito Guimarães, 128, via paralela à rua do edifício atingido. As áreas de lazer de outros dois edifícios laterais também tiveram de ser isoladas preventivamente, mas também foram liberadas posteriormente.

As causas do desabamento do arrimo ainda serão avaliadas por um engenheiro que deverá ser contratado pelos moradores afetados. Mas, de acordo com avaliação prévia do engenheiro Eduardo Pedersoli, da Comdec, o mais provável é que tenha havido falha na drenagem do terreno, com consequente represamento de água da chuva no muro. “Com isso, a estrutura não suportou essa carga e cedeu”, disse. Segundo moradores, chovia forte há pelo menos meia hora no momento do acidente.


Segundo ele, ainda há risco de deslizamento de mais terra, embora em menor quantidade, tendo em vista que em parte do terreno a rocha já foi descoberta. Ele afirmou que os moradores do edifício afetado foram orientados a tomar algumas medidas emergenciais, até que a solução definitiva de reconstrução do muro seja adotada. A lista inclui emenda dos canos e caixas de drenagem e, caso seja necessário, cobertura do talude com lona. A orientação geral é para que todo o local seja monitorado e diante de qualquer alteração a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros seja acionado imediatamente.


Apenas o apartamento térreo continua interditado(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Apenas o apartamento térreo continua interditado (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
À Defesa Civil, famílias do edifício atingido relataram que esse não foi o primeiro episódio de problema com a encosta que desabou. De acordo com um desses moradores, o médico Thulio Zapaterra, os transtornos começaram após o início da obra do empreendimento dos fundos. Ele conta que, à época da terraplanagem, há cerca de três anos, uma cachoeira de lama tomou conta do térreo e de áreas comuns do prédio onde mora, quando houve uma forte chuva. “Nunca tínhamos tido nenhum problema porque a encosta era estável. Quando começaram a mexer para fazer o prédio, os problemas começaram. Tivemos que arcar com custos para melhorar o sistema de drenagem, de forma emergencial. O caso foi parar na Justiça e nunca fomos ressarcidos por isso. Desta vez o prejuízo foi ainda pior”, disse.


(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
O médico conta que estava em casa quando ouviu o barulho do rompimento do muro. “Fui até a janela e vi a terra descendo e entrando no apartamento térreo. Fui até a casa da vizinha e quando cheguei lá já estava tudo alagado”, contou. Ele disse ainda que avisou a moradores que participavam de uma festa infantil no salão sobre o acidente e também desligou o sistema dos elevadores. Dona do imóvel atingido, a artesã Elisabeth Lemguber, de 68 anos, detalhou o susto e o prejuízo. “Eu havia acabado de chegar em casa. Foi horrível. A lama invadiu a casa e está tudo destruído. Tapetes, móveis, adornos...Saímos de casa com algumas roupas e documentos. Vamos para a casa de parentes e não sabemos quando vamos voltar”, lamentou. O filho dela, o engenheiro José Augusto Lemguber, também criticou o trabalho da obra do prédio vizinho e disse que houve erro no projeto de drenagem do empreendimento. Os moradores informaram que vão acionar o condomínio do prédio vizinho. A reportagem do Estado de Minas tentou contato com o síndico desse edifício, mas o telefone celular estava desligado.


De acordo com o coordenador da Comdec, Alexandre Lucas, não há risco de colapso da estrutura do edifício atingido. Ele disse, no entanto, que o caso de ontem é um alerta para a tomada de cuidados por causa da chegada do período chuvoso. “Síndicos e moradores da cidade como um todo devem se atentar, nesta época do ano, para a manutenção dos sistemas de drenagem dos edifícios e residências, além de fazer a limpeza de calhas, para evitar acidentes”, afirmou, lembrando que o risco é ainda maior em áreas com terreno acidentado, a exemplo do Bairro Buritis. “Essa é uma parte da cidade com casos frequentes de deslizamentos de encostas”, alertou.


ALAGAMENTO Além do Buritis, choveu forte em vários pontos de Belo Horizonte no início da tarde de ontem. A chuva, que começou por volta das 13h, atingiu principalmente as regiões Noroeste, Centro-Sul, Oeste e Barreiro nos minutos iniciais, sendo que a primeira região foi a que teve maior concentração pluviométrica (36,8 milímetros). No Anel Rodoviário, altura do Shopping Del Rey, houve alagamento no sentido Vitória, o que comprometeu o tráfego no local. De acordo com o manobrista Gelson Pinheiro Souza Júnior, que passava pela rodovia na hora da chuva, a água chegou à altura dos pneus dos carros de passeio. “Passo constantemente por aqui e sempre há alagamento quando chove. Esse problema precisa ser resolvido”, disse.


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