O que você deseja fazer antes de morrer? Conhecer muitos países, cultivar um jardim ou simplesmente mudar o mundo? Sonhar não custa nada e o céu é o limite para quem tem imaginação. Seguindo nessa direção, milhares de pessoas estiveram na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul da capital, para curtir o Festival da Gentileza e uma de suas grandes atrações, que já rodou 70 países: os dois painéis gigantescos com a frase “Antes de morrer, eu quero...” (em inglês, Before I die, I want...), idealizada pela arquiteta e designer taiuanesa-norte-americana Candy Chang. Com o giz na mão, bastava a cada um dar asas às palavras e completar o tema.
Quem não pôde ir à Praça da Liberdade não perdeu a oportunidade. Segundo os organizadores do festival, fruto da parceria entre o Projeto Verbogentileza e Sustentarte, o painel será afixado de forma permanente no Mercado Distrital do Cruzeiro, na Região Centro-Sul de BH. A data da transferência do painel ainda não foi definida. Bastará, futuramente, portanto, pegar um pedaço de giz, disponível no local, e deixar a mente guiar os dedos. O que se viu no espaço público mais nobre da cidade, de 26 a 30 de outubro, foi uma variação de sentimentos, desejos e sonhos possíveis e impossíveis. Havia gente pedindo a paz no mundo, outros querendo fazer uma viagem intergalática e até aqueles desejando ardentemente que o time do coração seja campeão.
Numa manhã de domingo ensolarada, a cuidadora de idosos Cristina Dionísio, viúva, moradora de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), demonstrou, com determinação e todas as letras o que quer da vida. “Nada mais do que viver intensamente”. E o que isso significa? Cristina pensou e não encontrou resposta. “Não tem muita explicação, é algo que não cabe na cabeça”, filosofou.
PAZ NO MUNDO Na superfície dos painéis era possível ver todo tipo de ideia, vontade e pensamentos. Antes de morrer, alguém gostaria de ser um anjo, enquanto outro ou outra preferia morar num país europeu. Uns queriam muito dinheiro (ganhar na Sena), outros viajar de avião e havia aquela que apenas pretendia “ficar louca”. Mas nem todos pensavam nos anseios pessoais. Havia frases de urgências coletivas, gente pedindo mais saúde, educação, segurança e transporte público de qualidade.
Acompanhada dos filhos Otávio, de 5 anos, e Valentina, de 2, a médica Carla Beatriz de Souza Alves, residente em Santa Luzia, na RMBH, preferiu desenhar um coração e escrever dentro dele as palavras amor, paz, harmonia e respeito. “Essa é uma iniciativa excelente e as quatro palavras resumem tudo, pois o mundo precisa ficar mais humano. Otávio já fez trabalho na escola mostrando que gentileza gera gentileza e isso é fundamental”, afirmou. As crianças seguiam os traços da mamãe deixando o espaço marcado com seus rabiscos, que, assim como os escritos, logo, logo seriam desmanchados para dar espaço a novas ideias.
Para os jovens, a preocupação com o semelhante se fez presente. A estudante Grazielle Metzker, de 16, moradora da Pampulha, mostra preocupação com o universo feminino. “...quero ajudar as mulheres.” De que forma? Sem pestanejar, a adolescente diz que é preciso acabar a violência doméstica, com os abusos sexuais e todo o sofrimento ao qual muitas jovens, adultas, idosas, casadas e solteiras estão sujeitas todos os dias. A infância também é lugar para grandes voos. Visitando a Praça da Liberdade na companhia da prima, Rafaela Rufino, de 19, moradora de Juiz de Fora, na Zona da Mata, está decidida, quer mesmo é conhecer a Disney, nos Estados Unidos.
Amor, claro, não poderia faltar nos escritos dos painéis. O historiador Marcelo Cedro se declarou à mulher, a advogada Glécia Barbosa, com quem está casado há 21 anos. Feliz da vida, ele escreveu “...direi mais uma vez o quanto te amo”.
Antes de morrer, eu quero...
Quem não pôde ir à Praça da Liberdade não perdeu a oportunidade. Segundo os organizadores do festival, fruto da parceria entre o Projeto Verbogentileza e Sustentarte, o painel será afixado de forma permanente no Mercado Distrital do Cruzeiro, na Região Centro-Sul de BH. A data da transferência do painel ainda não foi definida. Bastará, futuramente, portanto, pegar um pedaço de giz, disponível no local, e deixar a mente guiar os dedos. O que se viu no espaço público mais nobre da cidade, de 26 a 30 de outubro, foi uma variação de sentimentos, desejos e sonhos possíveis e impossíveis. Havia gente pedindo a paz no mundo, outros querendo fazer uma viagem intergalática e até aqueles desejando ardentemente que o time do coração seja campeão.
Numa manhã de domingo ensolarada, a cuidadora de idosos Cristina Dionísio, viúva, moradora de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), demonstrou, com determinação e todas as letras o que quer da vida. “Nada mais do que viver intensamente”. E o que isso significa? Cristina pensou e não encontrou resposta. “Não tem muita explicação, é algo que não cabe na cabeça”, filosofou.
PAZ NO MUNDO Na superfície dos painéis era possível ver todo tipo de ideia, vontade e pensamentos. Antes de morrer, alguém gostaria de ser um anjo, enquanto outro ou outra preferia morar num país europeu. Uns queriam muito dinheiro (ganhar na Sena), outros viajar de avião e havia aquela que apenas pretendia “ficar louca”. Mas nem todos pensavam nos anseios pessoais. Havia frases de urgências coletivas, gente pedindo mais saúde, educação, segurança e transporte público de qualidade.
Acompanhada dos filhos Otávio, de 5 anos, e Valentina, de 2, a médica Carla Beatriz de Souza Alves, residente em Santa Luzia, na RMBH, preferiu desenhar um coração e escrever dentro dele as palavras amor, paz, harmonia e respeito. “Essa é uma iniciativa excelente e as quatro palavras resumem tudo, pois o mundo precisa ficar mais humano. Otávio já fez trabalho na escola mostrando que gentileza gera gentileza e isso é fundamental”, afirmou. As crianças seguiam os traços da mamãe deixando o espaço marcado com seus rabiscos, que, assim como os escritos, logo, logo seriam desmanchados para dar espaço a novas ideias.
Para os jovens, a preocupação com o semelhante se fez presente. A estudante Grazielle Metzker, de 16, moradora da Pampulha, mostra preocupação com o universo feminino. “...quero ajudar as mulheres.” De que forma? Sem pestanejar, a adolescente diz que é preciso acabar a violência doméstica, com os abusos sexuais e todo o sofrimento ao qual muitas jovens, adultas, idosas, casadas e solteiras estão sujeitas todos os dias. A infância também é lugar para grandes voos. Visitando a Praça da Liberdade na companhia da prima, Rafaela Rufino, de 19, moradora de Juiz de Fora, na Zona da Mata, está decidida, quer mesmo é conhecer a Disney, nos Estados Unidos.
Amor, claro, não poderia faltar nos escritos dos painéis. O historiador Marcelo Cedro se declarou à mulher, a advogada Glécia Barbosa, com quem está casado há 21 anos. Feliz da vida, ele escreveu “...direi mais uma vez o quanto te amo”.
Antes de morrer, eu quero...