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Estado de Minas

Conheça os endereços em BH onde a chuva faz mais estragos

Precipitações em nove dias de novembro em BH provocam problemas como alagamentos e deslizamentos de terra. Região Centro-Sul lidera ranking de ocorrências da Defesa Civil


postado em 15/11/2016 06:00 / atualizado em 15/11/2016 07:18

Uma BMW está submersa desde sexta-feira na Rua Pedro Moreira do Nascimento, no Barreiro: série de alagamentos é um dos principais problemas em período de chuva na capital(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Uma BMW está submersa desde sexta-feira na Rua Pedro Moreira do Nascimento, no Barreiro: série de alagamentos é um dos principais problemas em período de chuva na capital (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

O período chuvoso está apenas começando, mas a preocupação com desastres decorrentes de deslizamentos de encostas, alagamentos, quedas de muros, trincas, infiltrações e outros já bate à porta da população de Belo Horizonte. A capital registrou em nove dos 14 primeiros dias de novembro precipitações de 109,1 milímetros (mm), quase metade da média do mês, a maior parte entre sexta-feira e ontem. O volume foi suficiente para provocar problemas como um alagamento que parou por horas o Anel Rodoviário, no Bairro das Indústrias (Região Oeste), a queda de um muro de arrimo em prédio no Buritis, também na Região Oeste, que interditou um apartamento, e a inundação de uma rua no Bairro Olhos D’Água (Barreiro), que desde sexta-feira mantém um carro praticamente submerso.


Levantamento da Defesa Civil com os atendimentos feitos nesses primeiros dias da temporada chuvosa indica quais regiões têm sido mais afetadas. Das 106 ocorrências que exigiram presença de técnicos do órgão entre o dia 1º e a manhã de ontem, a Região Centro-Sul concentrou o maior número de chamados (23), seguida pela Nordeste (16) e Oeste (15). Para o engenheiro Euler Magalhães da Rocha, da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS),  um conjunto de fatores pode explicar o maior número de ocorrências nessas regiões, em especial na Centro-Sul. “Essa região é uma área de relevo muito acidentado e ao mesmo tempo muito adensada, ou seja, com muitas edificações, principalmente prédios de grande porte. A maioria dessas obras precisa de muros de contenção e da estabilização de taludes devido aos cortes feitos nas encostas”, afirma. “Nem sempre essas intervenções são bem executadas e com o tempo elas podem ceder”, acrescenta.


O engenheiro alerta ainda para um problema nas edificações da cidade, de modo geral, mas em especial para aquelas erguidas em terrenos de maior instabilidade. “As obras exigem manutenção com o passar do tempo e, infelizmente, as pessoas não têm essa cultura, o que leva ao colapso das estruturas”. Ele afirma ainda que, mesmo em áreas nobres, as construções feitas em terrenos íngremes e com condições especiais de solo exigem soluções de engenharia e projetos adequados para cada realidade. Para o período chuvoso, ele recomenda ainda mais cuidado com obras de prevenção.

A recomendação da Defesa Civil é para que toda a população se envolva na prevenção de acidentes. Depois da interdição de um apartamento no Buritis por causa da queda de um muro de arrimo, no sábado, o órgão reforçou pedido para que síndicos de prédios e donos de casas verifiquem a situação do sistema de drenagem da água pluvial e, diante de uma situação de risco, peçam vistoria de técnicos do órgão. “Todos os anos são muitos os casos de queda de muros, de danos estruturais em edifícios, deslizamento de encostas e a sociedade pode contribuir para evitar muitos desses problemas”, diz o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil.

Bueiros

Além de problemas de drenagem, bueiros entupidos também contribuem para problemas em período de chuvas em Belo Horizonte. Um exemplo ocorre no Bairro Olhos d’Água. Desde sexta-feira, está completamente alagada a Rua Pedro Moreira do Nascimento, entre as ruas Moicanos e São Pedro da Aldeia, com interdição completa para veículos e pedestres. O maior símbolo da situação é um carro de luxo, da marca BMW, que está submerso, podendo-se ver apenas parte do teto. Na tarde de sábado, houve uma tentativa de retirada do carro, mas a operação não deu certo.

“Todo ano é o mesmo drama. Ninguém toma providência”, disse ontem o funcionário de uma madeireira, Geraldo Zózimo Ferreira. O estabelecimento teve parte atingida pelas águas, como ocorreu no fim de 2015. Segurando uma ripa, Geraldo verificou a profundidade do alagamento e viu que está em 90 centímetros. “Os bueiros ficam entupidos. Da última vez, tiveram que arrebentar uma parte da rua para o escoamento da água”, afirmou Geraldo.

Ontem, o Corpo de Bombeiros atendeu a pelo menos 12 chamados de corte de árvores e dois de desabamentos na Grande BH. Parte de um muro de arrimo desabou sobre uma casa na Rua Santa Terezinha, próximo ao Beco Jânio Monteiro, no Bairro Alto Vera Cruz, na Região Leste. A área atingida foi isolada para checagem da Defesa Civil. Outro muro caiu sobre uma casa na Rua Miami, no Bairro Gávea, em Vespasiano, na Grande BH. Não houve feridos.

 

Enquanto isso...

…Reunião define obra no Buritis

Moradores dos dois difícios envolvidos no desmoronamento de encosta no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, e reuniram ontem para discutir os rumos da reconstrução do muro de arrimo que desabou no sábado. Por causa do acidente, um apartamento térreo continua interditado. A Defesa Civil monitora o local e pela manhã fez nova vistoria para avaliação de riscos. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os técnicos constataram a estabilidade do talude. 


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