Uma espécie rara de coruja foi identificada por biólogos no Parque Estadual Serra Verde, na Região Zona Norte de Belo Horizonte, próximo à sede da Cidade Administrativa do governo de Minas. Trata-se de um casal de corujas mocho-diabo (Asio stygius). A espécie recebeu esse nome na cultura popular devido à sua coloração escura e pela cor vermelho brilhante dos olhos ao refletir a luz incidente, lembrando a figura de um “demônio”.
Há cerca de dois meses, um filhote de ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), outra espécie difícil de ser visualizada, foi localizada pela equipe da unidade de conservação do parque, durante uma caminhada noturna.
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Polícia ambiental solta corujas capturadas na área urbana de UberlândiaPolícia ambiental resgata coruja ferida e desnutrida em UberlândiaDepois de coruja, raposa é resgatada em UberlândiaO casal de corujas foi encontro em um dos poucos remanescentes de mata que restou do incêndio que assolou o parque em setembro. “Isso mostra a importância de se ter refúgios verdes em áreas urbanas. Se as unidades de conservação não sofressem tanto com os incêndios, que na maioria das vezes são provocados pela ação humana, poderíamos preservar muito mais espécies”, disse Moisés.
As corujas mocho-diabo medem em torno de 40 cm e pesam aproximadamente 650 gramas, sendo as fêmeas geralmente mais pesadas. A principal característica da espécie são dois tufos de penugem, que se parecem com orelhas, em cima da cabeça, o que permite ajudar em sua identificação.
Quando em posição relaxada, as “orelhas” permanecem abaixadas e não são visíveis. Apresentam a íris amarela e o bico preto. As corujas mocho-diabo se alimentam de pequenos mamíferos, como morcegos. Elas caçam aves até do tamanho de pombos. Em períodos de maior escassez de alimentos, consomem pequenos vertebrados e insetos.
Em época de reprodução, que normalmente acontece na primavera, o macho e a fêmea emitem sons perto do ninho.