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Projeto de lei que flexibiliza a Lei do Silêncio é aprovado por vereadores de BHCâmara adia votação de projeto de lei que altera Lei do SilêncioProjeto que flexibiliza Lei do Silêncio provoca barulho na CâmaraMoradores de BH protestam contra PL que flexibiliza a Lei do Silêncio Norma da PBH põe fim à polêmica de música ao vivo em bares e restaurantesNovos radares nas rodovias estaduais passarão a operar na próxima semana em MGNo plenário, os vereadores favoráveis à proposta defenderam que se trata de uma adequação da lei e não “flexibilização” dos ruídos. Já o grupo contrário sugere que o projeto não tem base técnica e visa afrouxar a legislação para atender a grupos específicos.
O líder do governo, o vereador Wagner Messias Silva (DEM), que se absteve na votação, disse que a base do Executivo não recebeu orientação contrária à proposta, mas pessoalmente demonstrou preocupação. “Acredito que (a sociedade) clama por silêncio”, disse. Em ocasiões anteriores, o vereador havia sido mais enfático e chegou a anunciar que a lei seria vetada pelo prefeito Marcio Lacerda em caso de aprovação em segundo turno.
CONTROVÉRSIA Fora do Legislativo, o projeto também divide opiniões. “Não se trata de flexibilização, mas de adequação da lei. Bares e restaurantes não querem fazer mais barulho, mas a lei hoje é inexequível”, afirmou Lucas Pêgo, diretor-executivo da Associação Brasileira de bares e Restaurantes (Abrasel-MG) em Minas Gerais. Por sua vez, moradores vizinhos a áreas que concentram bares, restaurantes, escolas e igrejas expressam preocupação.
Dados da Secretaria Municipal Adjunta de Fiscalização (Smafis) mostram que, entre janeiro e junho deste ano, houve aumento de reclamações feitas por moradores incomodados com o excesso de barulho. No período, houve 3.147 registros na capital mineira, número 15% superior ao do ano passado (2.735). Em todo o ano passado, as 5.860 reclamações também foram superiores às de 2014, quando houve 5.549 casos. As estatísticas revelam que também cresceu a quantidade de multas este ano. De janeiro a junho, foram 138 punições, média de 23 por mês, índice maior que a média mensal de 20,8 do ano passado.
Atualmente, o limite de ruídos na capital é de 70 decibéis entre 7h01 e 19h. Depois disso, até as 22h são permitidos 60 decibéis, que caem para 50 decibeis até as 23h. De acordo com a atual lei, às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados é admitido, até as 23h, o nível correspondente ao período vespertino: 60 decibéis.
O QUE PODE MUDAR
- O artigo 10º da Lei 9.505, que trata de atividades que podem emitir ruídos e sons acima dos limites permitidos (até o máximo de 80 decibéis), ganha mais uma exceção.
- O texto prevê que “atividades escolares, religiosas, bares e restaurantes, mesmo quando houver a utilização de equipamentos sonoros” poderão emitir ruídos de até 80 decibéis até as 22h (de domingo a quinta-feira) e até as 23h às sextas-feiras, sábado e feriados.
- Hoje, esses estabelecimentos podem emitir ruídos no período noturno de no máximo 60 decibéis (até as 22h) e 50 decibéis (entre 22h e 23h59). A nova norma, que permite 80 decibéis até as 22h ou 23h, dependendo do dia, mantém limite de 45 decibéis entre meia-noite e 7h.
O POVO FALA
O que você acha de mexer na Lei do Silêncio?
“Sou contra. Se o limite de decibéis aumentar, vai desrespeitar mais ainda quem quer sossego”
“Esse aumento vai atrapalhar ainda mais quem quer dormir. Durante o dia tudo bem, de noite não dá”
Pedro Ernane, 20 anos, estudante
“Sou a favor da flexibilização. Desde que não vá atrapalhar hospitais ou casas com idosos e crianças”