A possibilidade de adiamento das obras da Igreja de São Francisco de Assis para o fim de 2017 foi discutida nesta segunda-feira em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas. Essa seria a alternativa para evitar o cancelamento de 229 cerimônias de casamento já agendadas para o próximo ano na Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte.
As obras na igreja devem ser feitas para adequar o local às normas da Unesco, que a declarou, junto com todo o complexo da Pampulha, como patrimônio cultural da humanidade, neste ano.
Segundo Michele, a Igrejinha da Pampulha apresenta problemas de infiltração, comprometendo as estruturas internas, como o forro. No entanto, para tentar resolver o impasse, ela considerou a possibilidade de se adotarem medidas paliativas para contenção da infiltração e o não agravamento do problema, e de as obras no local serem adiadas para o fim de 2017, de forma que os casamentos, que estão marcados até meados de novembro, possam ser realizados.
“A solução tem que vislumbrar a realização dos casamentos em 2017, não agendar mais casamentos em 2018 e evitar que a situação da igreja piore no ano que vem. Se a obra não vai acontecer agora, para atender a agenda de casamentos, não vamos desmerecer a situação. Temos que tomar medidas para que as chuvas não agravem o problema”, explicou Michele.
Entre as medidas, ela sugeriu a colocação de uma cobertura nas partes externa e interna da igreja para evitar a entrada da água. Caso as obras não aconteçam agora, Michele esclareceu que essa decisão deve ser documentada e encaminhada à Unesco, reafirmando o compromisso de restauração, apesar do remanejamento das ações previstas.
Ela também pontuou a necessidade de que o governo federal e o município, responsáveis respectivamente pelos recursos e pela obra em si, manifestem-se sobre a viabilidade de prorrogação da reforma.
O presidente da Comissão, deputado Elismar Prado (sem partido), disse que vai apresentar requerimento solicitando à direção do PAC Cidades Históricas e ao Ministério do Planejamento informações sobre o cronograma da intervenção na igreja e se há na lei previsão para prorrogação da transferência de recursos federais, caso as obras sejam postergadas.
O diretor do Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Carlos Henrique Bicalho, defendeu que a Defesa Civil faça uma vistoria na igreja para atestar que ela esteja em condições de receber o fluxo de pessoas que terá caso as obras sejam postergadas por mais um ano.
Representantes das noivas e noivos participaram da audiência. “A sensação foi de total desamparo. Eu assinei inúmeros contratos, e o prejuízo emocional e financeiro é enorme”, disse Mariana Ribeiro Fernandes, que está com cerimônia marcada para abril de 2017. (Com informações da Assembleia Legislativa de Minas).