Moradores do Distrito de Nicolândia, em Resplendor, cidade do Vale do Rio Doce a 445 quilômetros de Belo Horizonte, lutam para retomar suas vidas, mas com a devastação do temporal entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, a situação é de calamidade. Já são quatro mortes confirmadas e uma mulher segue desaparecida. Cerca de 300 pessoas se estão em abrigos, depois que suas casas foram parcialmente atingidas ou destruídas. Técnicos da Copasa tentam restabelecer o fornecimento de água potável, mas talvez a normalização só venha amanhã. Estoque de água mineral da comunidade Krenak evitou que os moradores do distrito ficassem sem água para consumo.
Equipes da Defesa Civil municipal e estadual e da prefeitura estão trabalhando na limpeza de casas e ruas. Porém, mais de uma centena de construções estão danificados e sem os móveis, levados pela enchente, o que dificulta o retorno de muitas famílias. Ontem, militares do Corpo de Bombeiro resgataram o corpo da quarta vítima da chuva: Rita de Fátima Rufino, de 42, foi arrastada pela correnteza por cera de 18 quilômetros de onde era sua casa.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, Atacílio Butilheiro, Além de Rita, já foram resgatados os corpos do marido dela, Roberto Carlos Rufino, de 46, de Hermínio Gomes, de 64, e Hildo Damasceno, de 73. “Moravam todos na mesma rua. O distrito tem dois córregos, o Resplendorinho e o Santa Cruz, que encheram rapidamente e arrasaram tudo o que havia pela frente”, afirmou. Em 40 minutos, a cidade enfrentou um temporal com 37 milímetros de chuva.
Além dos trabalhos no distrito, Atacílio Butilheiro diz que na área central de Resplendor foram instalados dois postos de coleta de doações, na sede da Defesa Civil, anexa à prefeitura, e no estádio do América. “Neste momento há uma grande necessidade de produtos de limpeza e higiene pessoal, fraldas para crianças de até 8 meses, leite sem lactose e roupas, inclusive íntimas.”
De acordo com Atacílio, quem quiser doar pode obter mais informações nos telefones (33) 3263-2997, da Defesa Civil, ou na prefeitura, no 3263-1255, em horário comercial. “Foi aberta também uma conta bancária, denominada S.O.S Nicolândia, cujo os valores serão geridos por uma comissão independente de moradores atingidos.” Os depósitos podem ser feitos na conta-corrente 23482-6, agência 0468-5 do Banco do Brasil. “Inicialmente, com uma arrecadação de R$ 2,5 milhões teríamos como reconstruir as casas destruídas e fazer os reparos nas atingidas parcialmente, mobiliando todas. Temos expectativas de que o estado libere recursos, pois o trâmite da decretação do estado de emergência é burocrático”, assinalou Atacílio.