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Temporal tirou de casa metade da população de distrito de ResplendorSobe para quatro o número de mortos em Resplendor em decorrência de temporalSobe para três o número de mortes por causa de temporal em ResplendorUnião reconhece situação de emergência de ResplendorBuscas por quinta vítima da chuva em Nicolândia completam uma semanaChuva derruba ponte e isola Marilac, no Vale o Rio DoceChuva em Belo Horizonte ultrapassa a média histórica para novembroChuva alaga ruas e isola bairro de Conselheiro Pena, no Vale do Rio DoceChuva forte volta a causar estragos em Resplendor e NicolândiaO prefeito de Resplendor, César Romero e Silva, espera que o decreto de emergência editado pelo município seja oficializado pelo governo de Minas, para poder realojar os moradores. Mas ele já anunciou que as famílias terão que viver em outros lugares.
Antes mesmo de entrar no distrito, já é possível notar a força que água adquiriu. A ponte sobre o Córrego Floriano Vitt sofreu avarias e foi interditada. Somente ontem, na base do improviso, o tráfego foi liberado. Nos 20 quilômetros entre a comunidade de Calixto e Nicolândia é possível ver árvores que foram arrancadas pela raiz, postes caídos e marcas nas casas que mostram a altura que a inundação chegou.
Nicolândia foi o lugar que mais sofreu. Os ribeirões Santa Cruzinha, Resplendor e Paciência encheram rapidamente e surpreenderam os moradores.
Uma das casas mais atingidas foi a de Nilzimar de Souza Santos, conhecida como Branca, de 53 anos. Ela estava com o filho de 3 anos e a sogra quando começou o temporal. “Minha sogra começou a me gritar, dizendo que a água estava subindo rapidamente. Foi tão surpreendente que cavalos e bois ficaram presos contra a parede do barracão”, disse. “O muro quebrou e a água entrou bem forte. Coloquei meu filho em cima de uma mesa e ele ficou desesperado”, completou.
Por toda a cidade se ouvem relatos de gente que se salvou por pouco. Em um dos quarteirões, casas foram totalmente destruídas, como a de André Firmino, de 34.
Os corpos de quatro pessoas mortas durante o temporal já foram resgatados: Hermínio Gomes, de 64, marido da mulher desaparecida, Hildo Damasceno, de 73, Rita de Fátima Rufino, de 42, e o marido dela, Roberto Carlos Rufino, de 46. Irmão dele, Valdir Rufino contou que Roberto e a mulher foram ajudar outros vizinhos e acabaram sendo levados pela enxurrada. “Eles eram muito prestativos”, disse, acrescentando que o casal era muito querido na cidade. “A hora que você vinha na casa tinha comida. Eles adoravam receber as pessoas aqui”, comentou.
A saudade também bate forte no peito do jovem Kevini Marques, de 18, neto de Maria Soares e Hermínio, arrastados pela água. O garoto morava ao lado da casa do casal, que foi levada pela correnteza.
Para ajudar
Quem quiser fazer doações para a população de Nicolândia pode obter mais informações nos telefones (33) 3263-2997, da Defesa Civil, ou na Prefeitura de Resplendor, no (33) 3263-1255, em horário comercial. Uma conta bancária, denominada S.O.S Nicolândia, foi aberta para receber contribuições em dinheiro. Os depósitos podem ser feitos na conta 23482-6, agência 0468-5, do Banco do Brasil.
Outras seis cidades foram castigadas
Balanço da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec) divulgado na tarde desta terça-feira mostra que, além de Resplendor, no Vale do Rio Doce, que decretou situação de emergência no domingo por causa da enchente na zona rural, seis cidades mineiras foram afetadas por algum impacto decorrente da chuva.
Em Aimorés, na mesma região, pelo menos 100 pessoas ainda estão desalojadas por causa dos efeitos do temporal que atingiu a cidade. Dos três cursos d’água que cortam o município, dois transbordaram na última sexta-feira e a água invadiu casas e lojas, causando muita destruição. Também no Vale do Rio Doce, Itueta registrou problemas no último dia 18, quando foi castigada por uma tempestade.
No balanço da Cedec estão ainda as cidades de Conselheiro Lafaiete, na Região Central, onde houve alagamento no dia 14, Carlos Chagas, No Vale do Mucuri, que sofreu com as chuvas no sábado, e duas no Vale do Jequitinhonha: Santo Antônio do Jacinto e Pedra Azul. Santo Antônio do Jacinto foi a primeira a entrar no balanço do estado, ainda em outubro, no dia 11. Na ocasião, registrou chuvas intensas e alagamento em algumas ruas. Em Pedra Azul os problemas ocorreram em 18 de outubro, quando a cidade teve diversos pontos de inundação por causa de enxurradas em vias públicas.
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