Jornal Estado de Minas

Venda de animais vivos no Mercado Central continua até julgamento da ação

O desembargador Carlos Roberto de Faria, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), suspendeu temporariamente os efeitos da liminar que proíbe a venda de animais vivos no Mercado Central de Belo Horizonte, até que seja julgado o mérito. Nove lojas questionaram a decisão judicial e tiveram parecer favorável.


O juiz da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal, Rinaldo Kennedy Silva, havia proibido a entrada imediata de novos animais no estabelecimento e determinado a retirada planejada dos bichos ali existentes em 10 dias. O prazo já venceu, mas com o efeito suspensivo do TJMG os comerciantes poderão continuar comercializando os bichos normalmente, até a decisão final da Justiça.

 

A liminar do juiz Rinaldo Kennedy é resultante de uma ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que entende que o tratamento dos animais é inadequado e que também há problemas relacionados à saúde pública.

No entanto, para o desembargador Carlos Roberto de Faria, que analisou os laudos do MPMG, “não restou comprovado que todos os estabelecimentos comerciais apresentavam as mesmas condições de insalubridade ou de maus-tratos em face dos animais ali comercializados”. A ação do MPMG é contra 26 lojas, mas, segundo o Mercado Central, apenas oito vendem animais vivos.

A liminar do juiz Rinaldo Kennedy Silva também determinava que os comerciantes fizessem a contagem e descrição de todas as espécies existentes nas lojas; que o município de Belo Horizonte acompanhasse a execução da liminar concedida mediante monitoramento, a retirada e destinação adequada dos animais ali existentes e a imediata suspensão das autorizações de venda de animais vivos. A multa para quem não cumprisse a ordem judicial era de R$ 10 mil.

De acordo com o diretor-presidente do Mercado Central, José Agostinho Oliveira Quadros, muitos comerciantes citados na ação do Ministério Público deixaram de vender animais desde 1996, como é o caso da loja Salomão, segundo ele, que passou a vender ração e protocolou a troca de produtos em 1998 no Conselho de Medicina Veterinária.

“Mesmo assim, esses comerciantes foram citados na ação do Ministério Público”, reclamou.

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