Dois estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram presos na manhã desta quinta-feira em Belo Horizonte, por desacato à autoridade policial, durante manifestação contra a PEC 241/55, que limita os gastos do Governo Federal, e contra o aumento anual do transporte coletivo de BH. Grêmios Estudantis e Ocupações também participaram do protesto que foi organizado pela Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH (Ames-BH). A PM disparou balas de borracha e granadas de efeito moral para controlar o tumulto e liberar o trânsito.
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Estudantes manifestam em frente ao Cefet e bloqueiam Avenida AmazonasEstudantes e PM entram em confronto em manifestação na UFMGEstudantes protestam contra a PEC 241 na Avenida Cristiano MachadoEstudantes e PM entram em confronto no Centro de BHVídeo mostra PMs disparando balas de borracha em confronto com manifestantes na UFMGMoradores de Betim protestam contra morte de jovem por policiais militaresEstudantes fazem passeata da Av. Antônio Carlos até o Centro de BH“Caio foi preso por se recusar a entregar sua câmera com a qual estava registando os abusos da PM contra os manifestantes. Marina foi presa ao registrar com seu celular a prisão do estudante”, disse o advogado do Ames-BH, Thales Viote.
De acordo com a Ames, o protesto foi marcado para as 8h, com concentração na Praça Sete, no Centro.
A presidente da Ames, Mariana Ferreira, contou que quatro estudantes foram apreendidos pelos militares. "Alguns estudantes ficaram feridos, inclusive menores. Os policiais não queriam informar para onde os alunos foram levados", disse Mariana.
A PM nega as acusações de agressão e diz que Marina estava com uma faca na bolsa e Caio portava um canivete. De acordo com o chefe da sala de imprensa da corporação, capitão Flávio Santiago, todo o episódio foi registrado em vídeo e as imagens mostram Marina se jogando no chão e escondendo o celular, que seria apreendido, dentro da blusa.
Segundo o capitão, a universitária desacatou os PMs e dificultou o trabalho deles.
A ocorrência do episódio e todo o material apreendido será encaminhado à Ouvidoria da Polícia, segundo o capitão. “Tudo começou, mais uma vez, com a interrupção total da via. Eles impediram o direito de ir e vir das outras pessoas. A PM deixa claro que não quer atrapalhar o movimento deles, mas apenas a liberação de parte da via para o trânsito. Mas, eles não liberam. A PM é parceira do processo democrático.
O estudante Caio disse que é ativista do grupo Jornalistas Livres e que fotograva o protesto quando começou o confronto. “A PM pediu para que os estudantes liberassem pelo menos uma faixa, o que foi aceito pelos manifestantes. Porém, no momento em que era feita a liberação, os policiais começaram a atirar balas de borracha e bombas”, afirmou Caio.
O estudante disse ter sido abordado por um PM, que exigiu o seu celular e a câmera. Caio conta que se negou a entregar os equipamentos e foi preso por desobediência. Ainda segundo ele, Marina filmava a prisão quando foi jogada no chão pelos PMs.
O capitão Santiago disse que os PMs negociaram ao extremo a intolerância dos manifestantes, que não liberaram a pista, e a estudante Marina partiu para cima de um PM e arrancou a tarjeta da farda dele, chegando a puxá-lo para cima dela, e que depois ela saiu correndo e outros cinco estudantes partiram para cima do mesmo PM.
“Foram feitos disparos com balas de borracha para o chão. Muito técnico. Os estudantes estavam muito próximos e as lesões poderiam ser graves.
Um vídeo enviado pela Ames também registra o momento em que a PM tenta dispersar os estudantes e há uma confusão na Rua da Bahia, próximo ao viaduto Santa Teresa. A imagens mostram estudantes e policiais correndo e ouve-se o barulho de bombas, além de sprays de gás. Veja abaixo: