A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não cumpriu o prazo estipulado pela Justiça para retirar as capivaras da Lagoa da Pampulha, vencido ontem, e disse que vai demorar pelo menos dois meses para concluir dois currais onde os roedores devem ser mantidos, na Enseada da Água Funda, área localizada ao lado do Parque Ecológico. Em nota, a PBH disse que “está trabalhando desde outubro para cumprir a ordem judicial expedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e resolver de maneira segura e legal a questão”. Sobre a multa diária R$ 5 mil pelo atraso da remoção dos animais, o município não se manifestou.
Ainda de acordo com a PBH, já formam iniciadas a limpeza e a terraplanagem do local onde as capivaras capturadas serão mantidas, em uma área de 3 mil metros quadrados, com capacidade para até 80 animais. “Seguindo as normas técnicas vigentes, serão construídos oito piquetes cercados, com tamanho adequado para a manutenção da população capturada, com tanques, disponibilidade de água, comedouros e sombreamento”, informou a PBH. O custo estimado é de R$ 260 mil. Segundo o município, as obras no local foram paralisadas por causa da chuva, o que dificultou o trabalho das máquinas.
A diretora da Associação Pró-interesse do Bairro Bandeirantes, Adriene Moore, sustenta que não é surpresa para ninguém que o a atual gestão municipal, que se encerra no mês que vem, esteja querendo empurrar o problema para a nova administração da prefeitura. “É uma vergonha. Vamos notificar o desembargador de que o prazo não foi cumprido. Ele não estipulou uma multa?”, reagiu Adriene, representante da entidade que propôs a ação na Justiça Federal.
'CAPTURA PASSIVA' A PBH informou que também foi elaborado pela Fundação Zoo-Botânica de BH um termo de referência para a elaboração do edital para a contratação de empresa para a captura dos roedores. “No entanto, para adiantar o processo, enquanto as obras estiverem em execução na Enseada do Água Funda e a empresa responsável pela captura ainda não tiver sido contratada, a Fundação Zoo-Botânica está trabalhando na captura passiva de um grupo de capivaras que vive próximo à área do Parque Ecológico da Pampulha”, acrescentou.