Leia Mais
Casos de invasão de ônibus pela porta de trás aumentam em BHÔnibus é incendiado no Bairro Jardim Teresópolis, em BetimPassageiro morre ao reagir a assalto em ônibus metropolitano na BR-040Menino de 12 anos se pendura em traseira de ônibus e cai no Bairro FlorestaCidade Administrativa ganha mais duas linhas de ônibus do MovePassagem de ônibus em Belo Horizonte sobe para R$ 4,05Tarifa média do transporte metropolitano sobe 9,46% na Grande BHDefesa Civil alerta para pancadas de chuva isoladas até o fim da semanaÔnibus batem e nove pessoas ficam feridas em ContagemO déficit e a qualidade dos equipamentos foram tratados na matéria de 1976 da seguinte forma: “Os poucos abrigos para passageiros existentes em Belo Horizonte não cumprem jamais a sua finalidade. Não passam de uma armação de ferro segurando um teto de acrílico, deixando quem está debaixo completamente exposto ao sol e à chuva e não oferecendo qualquer conforto aos passageiros”.
A BHTrans informou que 1,3 mil estruturas serão instaladas até 2020, sendo 500 ao longo dos próximos seis meses. Segundo a empresa pública, os novos abrigos serão mais modernos, confortáveis e com capacidade 25% maior que a dos atuais. Haverá também espaço para cadeirantes. “A meta é para que cerca de 70% dos usuários embarquem em pontos abrigados. Hoje, o percentual é de 55%.”
Quem dera se esse fosse o único problema enfrentado pela costureira Lindaura Alves dos Santos Rodrigues, de 58. Dependendo do horário, quando há superlotação em algumas linhas, a moradora do Pindorama só consegue embarcar depois de ficar mais de 40 minutos no ponto.
Há 40 anos, o EM informou que passageiros aguardavam o lotação por até 40 minutos. De lá para cá, a quantidade de ônibus na cidade aumentou bastante. Da mesma forma, porém, a de passageiros. Na década de 1970, a população girava em torno de 1,235 milhão pessoas, que eram atendidas por 138 linhas. A frota totalizava 1.425 coletivos. Hoje, quando a população está em torno de 2,4 milhões de homens e mulheres (aumento de 94%), há 292 linhas (alta de 111%).
Já a frota cresceu 107% (2.960 ônibus).
ASSALTOS “Continua a mesma coisa. Acredito que, pelas próprias características da região. Há muitos moradores de rua que cometem pequenos furtos e roubos por essas bandas”, afirmou dona Tereza, que disse ter conhecidos que tiveram o aparelho de telefone celular levados por criminosos na região.
A insegurança também é criticada pelo aposentado Luiz Antônio Fagundes, de 66. Ele mora no Bairro Novo Riacho, em Contagem, e embarca no 7150, no ponto da Avenida Olegário Maciel em frente ao Mercado Novo. Fagundes torce o nariz para o tempo da viagem do Centro de BH até o bairro da cidade vizinha de Contagem. E reclama de outro problema tratado na reportagem de 1976 e que ainda persiste: a falta de cidadania de parte da população que teima em sujar o espaço público.
O assunto foi abordado da seguinte forma naquela época: “Há as linhas que muitas vezes apresentam problemas de localização, como as linhas que servem aos bairros Eldorado, JK e Riacho, que param em frente ao Mercado Novo, na Avenida Olegário Maciel. Seus passageiros reclamam da sujeira durante o dia, e da falta de segurança durante a noite.
Esperança sempre
Poucas pesquisas foram feitas a respeito do transporte público da capital na década de 1970, mas uma delas mostra que a idade média da frota naquela época era de cinco anos e um mês. Atualmente, segundo a BHTrans, a idade média dos coletivos que circulam na cidade é de quatro anos e 10 meses.
Uma pesquisa bem mais recente, referente a 2015, mostra que a nota média do transporte coletivo na cidade é de 2,4, numa escala de 1 a 5. O indicador ficou abaixo do apurado em 2005 (3,11) e em 1995 (3).
Por sua vez, a nota subiu, se comparada com o resultado de 2013 (2,15), quando o Move ainda não havia sido implantado. Os dados foram levantados pelo Sistema de Indicadores da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (SisMob-BH), ferramenta que faz parte do projeto Política de Acessibilidade na Mobilidade Urbana de BH – Acessibilidade para Todos.
“O Move melhorou muito nossos deslocamentos, mas tenho esperança de que muita coisa ainda mude para melhor”, desejou Tereza Alves, usuária que também depende do coletivo para ir ao Bairro Baleia..