Jornal Estado de Minas

Médicos municipais fazem paralisação de 48h em Esmeraldas

Médicos e profissionais da saúde vinculados ao município de Esmeraldas, na Grande BH, suspenderam as atividades desde as 7h da manhã desta segunda-feira no Hospital 25 de Maio e nas Unidades Básicas de Saúde da cidade. A paralisação, motivada pela falta de pagamentos que segundo a categoria já dura três meses, deve ir até a próxima quarta. Os casos de urgência e emergência continuam sendo atendidos normalmente.

"Tanto os profissionais quanto o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) fizeram contato ao longo desses três meses com a Secretaria de Saúde de Esmeraldas, solicitando a regularização dos pagamentos. A resposta do secretário foi que o município se encontra com dificuldades financeiras, por isso não fará nenhuma negociação, nem cronograma de pagamento" contou Samuel Pires, diretor de Saúde Pública do Sinmed-MG.

A paralisação foi decidida em votação em assembleia geral com médicos vinculados ao município na última sexta-feira, 22. Nela, como explica Samuel, foi decidido pela paralisação de 48 horas pelo não posicionamento da prefeitura. Nesta terça-feira haverá nova assembleia para avaliar e deliberar sobre as ações do movimento.

O diretor do sindicato afirmou que, se não houver um posicionamento da Prefeitura de Esmeraldas para resolver a situação, novas paralisações ocorrerão. "Os médicos precisam ser encarados com mais respeito.
São trabalhadores, têm família e contas a pagar. A reivindicação é apenas pelo pagamento do salário".

Além dos vários ofícios enviados à prefeitura pedindo a regularização dos salários, o Sinmed-MG encaminhou ao gestor uma notificação extrajudicial para que os pagamentos fossem feitos. Sem retorno, resolveu acionar o Ministério Público, denunciando a situação à Promotoria de Justiça de Esmeraldas.

No documento enviado à promotoria, o sindicato diz que “o atraso no pagamento dos salários significa que o município vem descumprindo para com a obrigação constitucional de propiciar aos médicos as condições necessárias para o exercício da medicina, o que coloca em risco toda a saúde pública municipal”.

Além do atraso dos salários, a categoria está preocupada com o regime de contratação. Hoje a maioria dos médicos trabalha via Cismep (Consórcios de Saúde), opção considerada pelo sindicato como uma forma de burlar o sistema de concurso público.
A população vem sofrendo as consequência, com as equipes desfalcadas e vários tipos de precariedades.

 

O em.com.br tentou contato por telefone com a Prefeitura de Esmeraldas, para que o órgão se posicionasse a respeito da situação, porém todas as vias de comunicação estão suspensas devido a falta de pagamento, segundo informação de funcionária da Câmara Municipal de lá.

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