Jornal Estado de Minas

Congresso Mineiro de Gastronomia busca aliar paladar e negócios em BH

Desde os tempos da colônia, a comida mineira aguça o paladar do povo das Gerais e encanta quem vem de fora provar as iguarias feitas nas cozinhas do estado. No século 21, à gastronomia tradicional, do tropeiro, do queijo e da cachaça, somou-se a técnica e o profissionalismo de chefs contemporâneos. A estratégia agora é fazer das maravilhas da mesa mineira um destino turístico reconhecido por visitantes que prezam culinária da melhor qualidade. Esse é um dos objetivos da Frente da Gastronomia Mineira (FGM), que promove até amanhã o 2º Congresso Mineiro de Gastronomia, em Belo Horizonte.

O desafio de consolidar o turismo gastronômico no estado movimentou, ontem, a abertura do evento, que reúne empresários do setor, faculdades e entidades públicas. A discussão ocorre logo depois de a rede CNN Internacional apontar motivos para visitar Minas e citar ser “impossível ter uma má refeição aqui”. Profissionais do setor se espelham em iniciativas como a do Peru, cuja gastronomia impulsiona o turismo para o país sul-americano.

“Todos reconhecem a gastronomia mineira. A questão é compreender o que é preciso para que ela se torne um destino gastronômico”, afirma a integrante da secretaria-executiva da FGM Márcia Martini. Ela reforça a riqueza da culinária mineira, que vai desde a cozinha tradicional à contemporânea, em que se destacam nomes como Fred Trindade (Trindade) e Leonardo Paixão (Glouton).

Um dos realizadores do congresso, Marcelo Wanderley reforça que a reunião de diversos setores em um mesmo evento contribui para fortalecer a culinária feita em Minas.
“Estamos reunindo forças para articular gastronomia, hospitalidade e turismo”, afirma. Com renomados chefs do país, o evento termina amanhã e conta com palestras, cursos, cozinha-show, salão de negócios, oficinas, workshops, além de pátio com food trucks, entre outras atrações. Hoje, o evento vai discutir temas como tendência para o mercado brasileiro fora do lar.

SENTIDOS
Visitantes do 2º Congresso Mineiro de Gastronomia também podem estimular os sentidos – tato, olfato, audição e paladar – na cápsula sensorial “Primórdios da Cozinha Mineira: da história à mesa”, iniciativa do Senac. A atividade é gratuita e está no pátio externo do Hotel Mercure, aberta a todos os interessados. Dentro de uma grande bolha de plástico, o participante escuta os sons das cozinhas mineiras e prova iguarias que remontam às técnicas e saberes de uma culinária anterior à das fazendas.

Lá, é possível, por exemplo, provar o hidromel, considerado a bebida mais antiga do mundo e que conta com produção na Serra do Caraça. Do hidromel à geleia, a maior parte dos produtos apresentados na cápsula vem das serras da Piedade e do Caraça, na Região Central do estado. “Ali chegaram os primeiros alimentos a Minas Gerais”, explica a coordenadora do projeto no Senac, Vani Pedrosa.
Além de aguçar os sentidos, a experiência amplia os saberes. “Não conhecia o hidromel”, conta uma das participantes do evento, a gerente de alimentos e bebidas Patrícia Ourives, curiosa com a descoberta.

SERVIÇO


Congresso Mineiro de Gastronomia

Hoje e amanhã, no Hotel Mercure (Av. do Contorno, 7.315, Lourdes, Belo Horizonte). Inscrições no local a partir das 10h. Mais informações no www.congressodegastronomia.com.br

Assinantes Estado de Minas podem concorrer a convites para o congresso e para as cozinhas-show. Basta acessar as promoções no em.com.br/clubea.